Ucrânia afirma ter sofrido maior ataque cibernético de sua história
Moscou nega autoria do incidente e diz que Kiev 'continua culpando a Rússia por tudo'
Os sites do Exército e do Ministério da Defesa da Ucrânia sofreram ataques cibernéticos nesta quarta-feira, 16, de acordo com agências governamentais do país. Na terça-feira, os dois maiores bancos ucranianos também foram atacados.
Autoridades do país afirmam que este já pode ser considerado o maior ataque da história na Ucrânia e que há “vestígios de serviços de inteligência estrangeiro”, mas “ainda é muito cedo para atribuir” responsabilidade ao incidente.
“Está claro que foi preparado com antecedência, e o objetivo principal deste ataque é desestabilizar, semear o pânico, fazer de tudo para criar um certo caos nas ações dos ucranianos em nosso país”, disse o ministro da transformação digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov.
Os possíveis ataques estrangeiros acontecem em meio ao anúncio de recuo de tropas russas e o subsequente ceticismo de líderes ocidentais. Os Estados Unidos e a Otan, principal aliança militar ocidental, voltaram a cobrar da Rússia garantias da retirada de soldados, algo que dizem não ser cumprido.
Embora ainda não existam provas concretas sobre a autoria do ataque, e não citar culpados nominalmente, Kiev acredita que a Rússia seria o único país com interesse em realizá-lo.
“Sabemos hoje que, infelizmente, o único país que está interessado em tais ataques ao nosso país, especialmente no contexto de pânico em massa sobre uma possível invasão militar, é, infelizmente, a Federação Russa”, afirmou Ilya Vityuk, chefe do Departamento de Segurança Cibernética da Agência de Inteligência Ucraniana.
Moscou negou a responsabilidade pelo ataque.
“Não sabemos nada sobre isso, mas não estamos surpresos que a Ucrânia continue culpando a Rússia por tudo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. “A Rússia não tem nada a ver com nenhum ataque”.
O caso foi identificado como um ataque distribuído de negação de serviço, que interrompe o acesso dos sites com tráfego falso. Autoridades do governo ucraniano “continuam monitorando e cortando” os endereços do Protocolo de Internet usados pelos hackers.