Turquia expulsa jornalista estrangeiro por criticar governo
Primeiro-ministro disse que jornalista fazia "insultos que incitavam o ódio"
Autoridades turcas expulsaram nesta sexta-feira um jornalista do Azerbaijão que trabalhava no jornal Zaman, ligado ao movimento do pregador muçulmano Fehtullah Güllen, por criticar o governo no Twitter. Segundo o próprio jornal, Mahir Zeylanov fazia parte de uma lista de cidadãos estrangeiros considerados indesejáveis pelas autoridades por “divulgar tweets contra autoridades de alto escalão do Estado”.
Ancara aplica, assim, uma lei que autoriza a expulsão daqueles “cuja permanência na Turquia prejudica a segurança pública e as exigências políticas e administrativas”, acrescenta o jornal. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, também denunciou o jornalista do Zaman, ao considerar que seus tuítes eram “insultos que incitavam o ódio e o crime”.
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A expulsão de Zeylanov ocorre após a aprovação na quarta-feira pelo Parlamento turco de uma série de medidas que reforçam o controle da internet por parte do Estado e que foram criticadas por muitas ONGs, pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos. De acordo com o projeto aprovado com apoio do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), do primeiro-ministro Erdogan, as autoridades podem bloquear informações na rede durante um prazo de quatro horas sem mandado judicial.
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A medida coincide com uma investigação de corrupção envolvendo figuras do alto escalão do governo. Erdogan classificou as investigações como um “golpe judicial” e ordenou o governo a realocar milhares de policiais e mais de 200 promotores e juízes. Desde 17 de dezembro, quando a Justiça turca revelou os esquemas de corrupção, o país vive um clima de tensão política e social, com protestos nas ruas contra o governo.
(Com agência France-Presse)