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Turquia desrespeita cessar-fogo e diz ter matado 21 soldados sírios

Ancara afirma que ataque foi resposta à morte de dois de seus soldados; escalada da violência em Idlib já deslocou 960.000 pessoas de suas casas

Por Da Redação
6 mar 2020, 14h00

Horas após a assinatura do cessar-fogo entre Turquia e Rússia em Moscou sobre a situação na Síria, o Ministério da Defesa turco anunciou nesta sexta-feira, 6, que uma operação contra as forças do presidente sírio, Bashar Assad, que resultou na morte de 21 soldados e na destruição de dois veículos militares.

“Após o martírio de nossos heróis em 5 de março durante a Operação Escudo da Primavera, 21 soldados e dois veículos militares foram destruídos e o sangue de nossos mártires foi vingado”, informou o Ministério. Na quinta-feira, o governo turco afirmou que dois de seus soldados foram mortos e três outros ficaram feridos depois que forças sírios abriram fogo em Idlib.

O governo sírio não negou nem confirmou a morte de seus soldados nesta sexta. Na agência de notícias estatal Sana não há menção sobre o ocorrido.

Além disso, um grupo de monitoramento da guerra e uma fonte rebelde disseram que confrontos também eclodiram na região de Jabal al-Zawiya entre forças do governo sírio e insurgentes jihadistas do Partido Islâmico do Turquistão nesta sexta. Ao menos 15 pessoas morreram, segundo o Observatório Sírio.

O cessar-fogo foi assinado na quinta-feira 5 após semanas de intensos confrontos na província de Idlib, no noroeste do país e último enclave rebelde. A Turquia, por apoiar a oposição a Assad, deslocou milhares de soldados e veículos blindados para a região no início de fevereiro na tentativa de conter o avanço do Exército sírio, apoiado militarmente por Moscou, e forçar sua retirada da província.

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A ofensiva de Damasco fez com que cerca de 960.000 pessoas deixassem suas casas e rumassem para a fronteira com a Turquia. Para Ancara, deter o Exército de Assad significa evitar uma nova crise humanitária em seu país. Somente em território turco, estão vivendo cerca de 3,6 milhões de refugiados, a maioria sírios.

O presidente da Turquia, Recep Erdogan, espera que o cessar-fogo prospere porque mantêm relações muito próximas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. “Com nosso ministro das Relações Exteriores, da Defesa e da Inteligência Nacional (…) vamos conseguir intervir onde ocorra alguma falha. Nós reiteramos a nossa posição (sobre Idlib)”.

Uma das peças principais das relações entre Ancara e Moscou é a venda do sistema de defesa aéreo russo S-400 à Turquia. Segundo Erdogan, o sistema foi entregue totalmente e deverá estar operante até abril. Ao mesmo tempo, o presidente turco espera receber da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) o sistema de mísseis Patriot para garantir que nem aeronaves russas ou sírias se aproximem de Idlib.

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No fim de fevereiro, mais de 30 soldados turcos foram mortos durante uma operação da Força Aérea síria. Como resposta, a Turquia destruiu dezenas de veículos militares e tanques, abateu duas aeronaves e matou centenas de soldados sírios.

Como forma de pressionar os europeus a entrarem no conflito, o governo turco abriu a passagem de refugiados sírios na fronteira com a Grécia e a Bulgária. As autoridades europeias começaram a tentar impedir a entrada dos imigrantes com bombas de gás e até tiros de advertência. Uma criança morreu afogada, e o governo turco acusa as autoridades gregas de terem matado um adulto.

Vários acordos anteriores para encerrar os combates em Idlib não vingaram. Analistas e moradores disseram que temiam que o cessar-fogo mais recente também fracassasse, pois não abordou a crise humanitária ou a proteção do ar em detalhes.

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