A Turquia concordou em apoiar a adesão conjunta de Finlândia e Suécia à Otan, disse o presidente finlandês, Sauli Niinistö, nesta terça-feira, 28, no primeiro dia da cúpula da Aliança realizada em Madri, na Espanha.
Segundo o presidente, o avanço ocorreu depois que os líderes dos três países assinaram um memorando conjunto para “estender seu total apoio contra ameaças à segurança um do outro”. A afirmação foi confirmada pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e pelo governo turco em declarações separadas após reunião entre Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, e Magdalena Andersson, primeira-ministra da Suécia, além de Stoltenberg e Niinistö.
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Com a resolução, o secretário-geral disse que os 30 estados-membros irão convidar oficialmente Finlândia, que compartilha uma fronteira de mais de 1.300 quilômetros com a Rússia, e Suécia, para fazerem parte da Aliança. O acordo para que as nações pudessem se tornar membros da Otan veio em tempo recorde e representa uma grande vitória contra os russos, que agora não terão mais a superioridade militar no Mar Báltico.
Os líderes escandinavos expressaram otimismo nesta terça-feira diante da possibilidade de chegar a um acordo com Erdogan, que manteve mais de duas horas de conversa com eles e Stoltenberg logo após desembarcar em Madri.
Até a última segunda-feira, 27, o governo da Turquia disse que estaria disposto a bloquear os pedidos de Suécia e Finlândia, a menos que recebesse garantias satisfatórias de que as nações estariam dispostas a abordar o que considera apoio aos grupos curdos que são designados como organizações terroristas pelo país.
Em resposta, a primeira-ministra sueca enfatizou que seu governo condena o terrorismo em todas as suas formas e que o Partido dos Trabalhadores Curdos foi reconhecido como um grupo terrorista em seu país.
O acordo com a Turquia era fundamental para a adesão das nações escandinavas na Otan, uma vez que todos os membros do bloco militar devem concordar em aceitar novos integrantes. Desse modo, outros países da Aliança, como Espanha e França, instaram indiretamente os turcos a permitir a adesão. Durante a cúpula do G7 na Alemanha, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu uma mensagem de “força e união” da Otan em Madri.
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Além da questão envolvendo Suécia e Finlândia, a Cúpula de Madri, que irá durar até o dia 30, também irá discutir a guerra na Ucrânia e o novo conceito estratégico da Aliança, que prevê colocar mais de 300.000 soldados em alerta máximo.