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Turquia adverte Síria sobre possíveis represálias, mas descarta guerra

Por Da Redação
25 jun 2012, 17h11

Dogan Tiliç.

Ancara, 24 jun (EFE).- O governo da Turquia advertiu nesta segunda-feira que não quer uma guerra com a Síria, mas se reserva ‘o direito a tomar represália’ para responder à derrubada de um de seus aviões militares por parte do país árabe, um incidente que será debatido amanhã pela Otan em Bruxelas.

‘Não temos intenção de declarar guerra a ninguém. Mas faremos tudo o que considerarmos necessário’, disse hoje à imprensa o porta-voz do governo turco e vice-primeiro-ministro, Bulent Arinc, após uma reunião do Conselho de Ministros.

O porta-voz insistiu na versão dos fatos divulgada no domingo pelo ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, de que um caça turco F4 foi abatido quando estava no espaço aéreo internacional, a 13 milhas náuticas do litoral sírio, sem nenhuma advertência prévia.

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Apesar de ter reconhecido que a aeronave violou brevemente o espaço sírio, ele afirmou que se tratava de um erro durou apenas cinco minutos, pois o rumo foi corrigido pelo piloto após ele receber uma advertência de um radar turco, 16 minutos antes de ser derrubado.

Além disso, o vice-primeiro-ministro informou hoje que as forças sírias dispararam também na sexta-feira contra um segundo avião militar turco, que participava de uma operação da Turquia para buscar os destroços do F4 e seus tripulantes.

As forças da Síria abriram então fogo contra o avião, de busca e resgate, apesar de terem cessado a artilharia ‘imediatamente depois que o exército turco as contactou’, disse.

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O tema principal da reunião do gabinete do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, que durou sete horas, foi a eventual resposta à derrubada de seu avião militar, apesar de a prioridade de Ancara continuar a ser a busca e o resgate dos dois pilotos da aeronave, ainda desaparecidos.

‘A Turquia se reserva todos os direitos derivados da lei internacional, incluindo o direito à represália. A Turquia não hesitará em dar os passos necessários como resposta’, ressaltou Arinc.

‘Um comportamento semelhante não pode ficar impune. Como Estado de Direito, atuaremos de acordo com a lei internacional. A Turquia notificou a Otan em função dos artigos 4 e 5 do Tratado’, disse o vice-primeiro-ministro.

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Arinc acrescentou que o governo de seu país viu com bons olhos a oferta síria de criar um comitê militar conjunto de investigação, mas lamenta que o mesmo não pode ser estabelecido porque a Turquia convidou os sírios para ir a Ancara, mas estes insistem em que o comitê deve se reunir em Lazkiye, na região onde ocorreu o incidente.

Segundo a imprensa turca, Erdogan teria informado aos demais líderes políticos da descoberta de quatro botas militares que, acredita-se, pertenciam aos dois tripulantes, e teme-se que ambos teriam falecido no fundo do Mediterrâneo.

Os turcos estão à espera de que Erdogan exponha amanhã, em discurso ao grupo parlamentar de seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AKP, islamita moderado), as reações que planeja.

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A imprensa local especula que Ancara não vai decretar uma guerra contra o país vizinho, mas tentará fazer com que Damasco ‘pague’ por seu ataque.

‘Não há razão para guerra, mas (Síria) não ficará sem castigo’, resumiu hoje o jornal ‘Hurriyet’ a postura generalizada e expressada pela maioria dos especialistas nos debates sobre este assunto que dominou o noticiário local.

Algumas fontes diplomáticas em Ancara que pediram anonimato disseram esperar que Irã e Rússia possam convencer Damasco a se desculpar oficialmente e ofereçer uma compensação pela perda da aeronave, um ato que poderia melhorar a situação.

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Porém, até o momento, o regime de Bashar al Assad não deu sinais de ir nessa direção, mas, ao contrário, insistiu hoje que atuou ‘segundo seus direitos’.

‘A Síria atuou segundo seus direitos e como um Estado soberano. O que aconteceu foi um acidente, e não uma agressão como alguns dizem, porque o avião foi derrubado por uma bateria antiaérea sem radar com um alcance máximo de 2,5 quilômetros’, explicou Jihad Maqdisi, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores sírio.

O porta-voz também classificou como ‘mentiras’ as declarações do chanceler turco, Ahmet Davutoglu, de que o avião turco fora atingido em espaço aéreo internacional. EFE

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