Em um comício em Iowa na noite de quinta-feira 3, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um de seus indícios mais fortes de que pode concorrer à Casa Branca novamente. Diante de uma multidão, ele declarou que “muito, muito, muito provavelmente faria isso de novo” em 2024.
O republicano, no discurso na cidade de Sioux City, repetiu sua alegação infundada de que sua derrota em 2020 foi decorrente de uma fraude eleitoral generalizada.
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“Eu concorri duas vezes. Ganhei duas vezes e fui muito melhor na segunda vez do que na primeira, recebendo milhões de votos a mais em 2020 do que em 2016”, disse ele. “E, da mesma forma, obtive mais votos do que qualquer presidente em exercício na história do nosso país, de longe. E agora, para tornar nosso país bem-sucedido, seguro e glorioso, vou muito, muito, muito provavelmente fazer isso de novo.”
“Muito em breve”, completou, em meio a aplausos. “Prepare-se.”
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Trump realmente ganhou o maior número de votos da história – 72 milhões – para um presidente em exercício em 2020, mas ainda perdeu para o adversário, o democrata Joe Biden, que conseguiu 81 milhões e venceu pelo Colégio eleitoral.
O ex-presidente vem insinuando sobre concorrer à presidência cada vez mais nos últimos meses, mas seu comentário na quinta-feira em Iowa – estado-chave no início das eleições primárias republicanas – é o mais direto até agora. As declarações de Trump vieram no mesmo dia em que sua ex-gerente de campanha e conselheira da Casa Branca, Kellyanne Conway, disse a repórteres que eles poderiam esperar um anúncio do ex-presidente “em breve”.
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Ao que tudo indica, Trump está ansioso para voltar a uma arena política cada vez mais lotada. Alguns de seus potenciais rivais em 2024 – como seu ex-vice-presidente Mike Pence e o ex-secretário de Estado Mike Pompeo, bem como o governador da Flórida, Ron DeSantis – estão preparando as bases para suas próprias campanhas. Quanto mais cedo Trump entrar na corrida, mais cedo ele poderá suprimir os adversários dentro do Partido Republicano.
Essa não é a única preocupação do ex-presidente. Ele também tem uma ampla gama de problemas legais, incluindo uma investigação criminal sobre a tentativa de reverter os resultados eleitorais de 2020 na Geórgia, um inquérito federal sobre documentos confidenciais que foram levados à sua residência pessoal na Flórida e uma ação civil contra sua empresa, a Trump Organization, em Nova York.
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Caso ele se torne candidato, a narrativa de que essas investigações e processos têm motivação política se torna ainda mais forte. E, talvez o mais importante, concorrer à presidência lhe daria a plataforma e o oxigênio político que lhe faltaram nos últimos dois anos.
O momento do anúncio, no entanto, pode ser preocupante. Poucos dias antes das eleições de meio de mandato, alguns republicanos temem que sua presença crescente nas campanhas dos endossados motivem os eleitores democratas a votar e distraiam os republicanos que tentam enquadrar essas eleições como um referendo sobre o impopular presidente Biden.