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Trump chega a tribunal em NY para prestar depoimento em caso de fraude

Ex-presidente dos EUA diz que acusação tem 'mérito zero' e qualificou-a de 'caça às bruxas'; punição pelos crimes inclui multa de US$ 250 milhões

Por Da Redação
6 nov 2023, 11h56

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump chegou nesta segunda-feira, 6, a um tribunal de Nova York para prestar depoimento como testemunha em um julgamento por fraude civil contra ele e sua empresa, a Trump Organization. Os delitos já foram comprovados pela procuradoria-geral do estado americano – agora um juiz deve determinar as punições, que podem incluir uma indenização de US$ 250 milhões.

Pouco antes de chegar ao tribunal em Manhattan, Trump fez uma postagem em sua rede social, a Truth Social, em que voltou a criticar a premissa do caso movido contra ele pela procuradoria-geral de Nova York.

“Preparando-me para ir ao Tribunal de Downtown Lower Manhattan para testemunhar em um dos muitos casos que foram instigados e trazidos pelo meu OPONENTE POLÍTICO, o Torto Joe Biden, através de agências e representantes, para fins de INTERFERÊNCIA ELEITORAL”, escreveu ele.

O ex-presidente acrescentou que as acusações têm “mérito zero” e chamou-as de “caça às bruxas”.

No mês passado, antes mesmo do início do julgamento, o juiz Arthur Engoron já havia determinado que Trump e os seus co-réus, incluindo os seus filhos, são responsáveis por fraude “persistente e repetida”. Agora, ele irá considerar quanto a família Trump terá de pagar em indenizações pelos lucros que obtiveram através de práticas comerciais fraudulentas.

O caso acusa o ex-presidente, dois de seus filhos – Eric e Donald Jr. –, a Trump Organization e vários executivos de terem inflada seu patrimônio líquido em até US$ 3,6 bilhões, de forma a conseguir melhores condições para empréstimos imobiliários comerciais e apólices de seguro. De acordo com um perito da procuradoria-geral, que testemunhou no tribunal na semana passada, que os ganhos ilícitos totalizaram US$ 168 milhões.

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O gabinete da procuradora-geral de Nova York, Letitia James, também procura provar seis outras alegações, incluindo falsificação de registos comerciais e conspiração para falsificar registos comerciais.

O caso civil é importante para Trump porque atinge o cerne da sua personalidade de magnata imobiliário bilionário. Além disso, pode gerar consequências reais para a sua empresa, a Trump Organization, já que o objetivo de James é impedir que o ex-presidente possa fazer negócios no estado de Nova York, bem como dissolver suas empresas.

Os advogados de Trump contestaram as alegações, argumentando que avaliações de ativos são altamente subjetivas. Sua equipe de defesa também qualificou os procedimentos no tribunal do juiz Arthur Engoron como “tendenciosos” contra o ex-presidente, sinalizando que podem tentar entrar com um recurso.

Engoron já “negou absolutamente” uma moção dos advogados de Trump para encerrar o caso, dizendo que havia uma “pilha de provas” contra ele.

Na semana passada, Eric Trump e Donald Trump Jr. ocuparam o banco de testemunhas no tribunal. Em ambos os depoimentos, eles negaram qualquer contato com a preparação das “declarações de situação financeira” anuais do pai, nas quais os valores das suas propriedades teriam sido inflacionados.

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Já um ex-advogado de Trump, Michael Cohen, testemunhou que o antigo chefe instruiu que ele e Allen Weisselberg, ex-diretor financeiro da Trump Organization, aumentassem os valores de seu patrimônio. No entanto, ele se contradisse e afirmoue que Trump não havia lhe dito especificamente para fazer isso, mas deixado a ordem implícita. Weisselberg, por sua vez, disse ao tribunal que essa reunião nunca aconteceu.

A um ano do dia da eleição presidencial de 2024, Trump, o favorito para representar o Partido Republicano no pleito, enfrenta mais de 90 acusações criminais além deste caso civil em Nova York. No entanto, são as perspectivas políticas do atual presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, que faz campanha pela reeleição, que estão afundando.

As últimas pesquisas de opinião revelaram que Biden está atrás de Trump em vários estados importantes, conhecidos como swing states – que ora votam em republicanos, ora em democratas, ao contrário de regiões onde o resultado é mais previsível.

Um levantamento do jornal americano The New York Times, em parceria com a Siena College, revelou no domingo 5 que o atual chefe da Casa Branca tem desvantagem em cinco dos seis swing states mais importantes: ele perde para Trump, seu mais provável rival, por margens de quatro a 10 pontos percentuais no Arizona, Georgia, Michigan, Nevada e Pensilvânia. Biden está à frente apenas em Wisconsin, por dois pontos percentuais, de acordo com a pesquisa.

Trump nega qualquer irregularidade e se declarou inocente de todas as acusações – que se relacionam com a sua tentativa de permanecer na Presidência após sua derrota em 2020, a tentativa de anular as eleições daquele ano, o desvio de arquivos confidenciais após ele deixar o Salão Oval e pagamentos secretos feitos a uma ex-atriz pornô, esquema pode tê-lo ajudado a chegar à Casa Branca em 2016.

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Em todos os casos, o ex-presidente alega que existe uma “caça às bruxas” contra ele e diz que as diversas batalhas judiciais são formas de interferência eleitoral por parte do Partido Democrata, para mantê-lo longe da Casa Branca.

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