O ex-presidente americano Donald Trump ampliou sua vantagem em relação aos rivais dentro do Partido Republicano, segundo pesquisas divulgadas nesta quarta-feira, 30, após ser preso e ter sua foto tirada em uma cadeia na Geórgia, nos Estados Unidos. Agora, está cerca de 45 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o governador da Flórida, Ron DeSantis, 3 pontos a mais que antes.
Esse resultado tem obedecido a uma tendência, já que Trump observou aumentos na vantagem eleitora e na angariação de fundos para campanha após todas as quatro acusações contra ele neste ano – o caso dos pagamentos secretos em Nova York, o caso dos documentos secretos na Flórida, o caso federal de conspiração para anular as eleições de 2020 em Washington e, agora, o caso estadual para anular as eleições de 2020 na Geórgia.
A tendência sugere que o principal argumento da campanha de DeSantis – que ele é mais “elegível” do que Trump – não convenceu os eleitores republicanos. Isso é verdade mesmo depois do primeiro debate das primárias republicanas na semana passada, em que candidatos disputam a indicação do partido para concorrer à eleição geral de 2024 contra o atual presidente, Joe Biden. Apesar da ausência de Trump no palco, o governador da Flórida não conseguiu se impor.
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Uma pesquisa encomendada e divulgada pela campanha de Trump, após ele render-se voluntariamente na prisão do condado de Fulton, na Geórgia, sugere que a divulgação da sua foto na cadeia destacou o tamanho do perigo judicial em que ele se encontra, animando seus apoiadores. Além disso, ter faltado ao primeiro debate do Partido Republicano evitou qualquer enfraquecimento entre o eleitorado republicano.
Segundo esse levantamento, da Coefficient, Trump tem 58% das intenções de voto. Em comparação, DeSantis tem 13%, um aumento de 3 pontos na vantagem desde o início deste mês. A sondagem foi feita com cerca de 2.700 eleitores republicanos. Nenhum outro candidato superou 10%.
Os resultados são consistentes com uma pesquisa da Morning Consult, esta encomendada por DeSantis, que indica que Trump tem 58% de intenções de voto, contra 14% para DeSantis. Novamente, nenhum outro candidato tem apoio acima de 10%.
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O mesmo levantamento descobriu que, mesmo que todos os outros candidatos republicanos deixassem a corrida para formar uma frente única, sob DeSantis, contra Trump, o ex-presidente venceria a hipotética disputa por uma margem de quase dois para um, 62% a 23%.
Notavelmente, nos dias após a rendição de Trump no condado de Fulton, a porcentagem de eleitores que acreditam que ele é culpado das acusações caiu 11%, enquanto a parcela dos que creem que ele foi indiciado injustamente, para impedi-lo de concorrer às eleições presidenciais, manteve-se em 74%.
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As duas pesquisas ocorrem menos de seis meses antes da primeira disputa das primárias de 2024. Mas o cenário político ainda pode mudar, à medida que Trump passa cada vez mais tempo em tribunais ao redor do país e fora da campanha.
Na segunda-feira 29, a juíza que preside a acusação de Trump no caso federal sobre interferência nas eleições de 2020 agendou o julgamento para 4 de março de 2024, um dia antes da chamada “Supertuesday“, quando 15 estados realizam primárias republicanas.
Tanto Trump quanto DeSantis são vistos com bons olhos entre os eleitores republicanos nas primárias, 75% a 62%. Mas a intensidade da aprovação de Trump é maior, já que 54% têm uma opinião “muito favorável” do ex-presidente, contra 19% de DeSantis.