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Trump anuncia que vai concorrer à presidência novamente. E agora?

Em um discurso de uma hora, o ex-presidente falou sobre Joe Biden, chamou a si mesmo de vítima e prometeu um renascimento político

Por Da Redação
16 nov 2022, 10h08
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  • O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que perdeu a eleição de 2020 e deixou a Casa Branca após dois processos de impeachment – o segundo por seu papel na invasão de seus apoiadores ao Capitólio, sede do Congresso –, anunciou na madrugada desta quarta-feira, 16 que vai concorrer à presidência novamente no pleito de 2024.

    Ele anunciou sua candidatura durante um evento no horário nobre em sua residência e resort Mar-a-Lago, na Flórida. Ele também apresentou uma declaração de candidatura.

    “Para tornar a América grande e gloriosa novamente [uma referência ao seu slogan, “Make America Great Again”, ou MAGA], estou anunciando esta noite minha candidatura à presidência dos Estados Unidos”, declarou, sob aplausos.

    + A volta por baixo? Trump vai anunciar candidatura num momento ruim

    É um movimento extraordinário – embora há muito esperado – para Trump, que tem potencial para dar uma guinada na trajetória de seu partido, complicar processos e investigações, além de afetar o mandato do homem que o derrotou, Joe Biden. Seu objetivo, como deixou claro, é restaurar a presidência que tinha.

    “Nunca houve nada parecido, esse nosso grande movimento. E talvez nunca mais haja algo parecido”, declarou Trump. “O retorno da América começa agora.”

    Trump entrou no salão de seu clube privado ao lado da ex-primeira-dama. Diante de uma sala cheia de centenas de apoiadores – incluindo figuras como o lobista Roger Stone, o ex-conselheiro Sebastian Gorka, o CEO da My Pillow, Mike Lindell, e o controverso deputado Madison Cawthorn, falou sobre seus quatro anos no cargo através de lentes cor-de-rosa.

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    + Trump e Bolsonaro, unidos pelo ‘absurdo estratégico’

    Trump falou sobre a pandemia, que colocou a economia global em pausa, argumentando que evitou conflitos estrangeiros e supervisionou uma economia brilhante e próspera.

    “Sob nossa liderança, éramos uma nação grande e gloriosa”, disse Trump. “Mas agora, somos uma nação em declínio. Somos uma nação falida.”

    Ele também apontou para a alta nos preços de combustíveis sob o governo Biden, sobre o aumento de travessias de imigrantes sem documentos pela fronteira com o México – que Trump descreveu como uma “invasão” de imigrantes e drogas ilícitas – e falou sobre o aumento do crime, descrevendo ruas encharcadas de sangue e o que chama de “carnificina americana”.

    “O declínio da América está sendo imposto a nós por Biden e os lunáticos da esquerda radical que estão destruindo este país”, disse Trump.

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    + Reeleito, DeSantis mostra que pode existir um futuro republicano sem Trump

    Assessores de Trump disseram a repórteres que o objetivo do discurso era oferecer uma versão mais focada dos comentários que o ex-presidente vem fazendo desde que deixou o cargo. Enquanto Trump desviou do roteiro para bater em Biden, ele se concentrou principalmente em comparar seu tempo no cargo com os últimos dois anos.

    Mas também não pôde deixar de criticar o governo federal e o aparato que chama de “estado profundo” – um suposto governo paralelo – pela batida do FBI em Mar-a-Lago, chamando a si mesmo de “vítima”. Depois disso, ele dedicou-se a mudar o sistema de votação nos Estados Unidos, para permitir apenas o uso de cédulas de papel.

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    Durante meses, Trump e sua equipe planejaram este anúncio e esboçaram uma operação de campanha. Em comícios e eventos políticos durante as eleições de meio de mandato deste ano, a mensagem de Trump concentrou-se principalmente na economia, na fronteira com o México, no crime e no governo Biden. Mas ele continuou a levantar seus próprios problemas com a lei e sua derrota nas eleições de 2020, insistindo sem evidências que houve fraude eleitoral generalizada.

    Os republicanos dizem que essas fixações são negativas para os eleitores. Temores sobre uma terceira candidatura de Trump foram renovados após o fraco desempenho do partido nas eleições de meio de mandato de 2022, quando vários candidatos apoiados pelo ex-presidente não conseguiram conquistar cargos estaduais e federais importantes.

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    Assessores e conselheiros tentaram desencorajar Trump de anunciar uma candidatura presidencial, na esperança de que ele o fizesse após as eleições de segundo turno do Senado da Geórgia em dezembro. Mas ele não foi persuadido por esses apelos e usou seu anúncio para divulgar o poder de seu endosso, observando que os republicanos estavam a caminho de obter o controle da Câmara dos Deputados e encorajar seus apoiadores a apoiar o republicano Herschel Walker na Geórgia.

    Historicamente, Trump está solitário em seu anúncio de outra candidatura. Apenas um presidente, o democrata Grover Cleveland, deixou a Casa Branca e concorreu a um segundo mandato quatro anos depois.

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