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Trump distorce documento para dizer que Biden ‘mandou matá-lo’

Ex-presidente dos EUA alega que mandado de busca e apreensão em sua residência, que continha citação a 'força letal', seria prova do plano

Por Da Redação
Atualizado em 22 Maio 2024, 19h50 - Publicado em 22 Maio 2024, 19h33
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  • Em uma declaração bizarra feita em sua rede social e por e-mail nesta quarta-feira, 22, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou que o Departamento de Justiça estava se preparando para matá-lo. O republicano distorceu o conteúdo de um mandado de busca e apreensão do FBI para alegar que o chefe da Casa Branca, Joe Biden, tinha pedido que agentes à paisana atirassem contra ele.

    “Você sabe que eles estão ansiosos para fazer o impensável”, disse o e-mail de campanha de Trump, assinado com seu nome. “Joe Biden estava carregado, pronto para atirar e colocar minha família em perigo”.

    O mandado foi executado em 2022 em sua mansão, Mar-a-Lago, na Flórida, quando agentes recuperaram centenas de documentos confidenciais que Trump havia mantido irregularmente após deixar o Salão Oval. O documento estabelecia que os agentes do FBI estavam autorizados a utilizar “força letal” caso alguém estivesse em perigo iminente, um procedimento considerado padrão pelo departamento.

    A distorção do contexto feita por Trump ocorre em meio ao seu julgamento em Nova York, e também próximo às eleições presidenciais, marcadas para novembro. O comentário do candidato pode ajudá-lo a cimentar uma imagem invertida, em que tanto ele, quanto seus aliados, são caracterizados como patriotas confrontados por um inimigo antidemocrático.

    Ele repetiu a acusação em sua plataforma de rede social, a Truth Social. Por lá, afirmou que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos pertencia ao “corrupto Joe Biden”, e que o ataque “ilegal e inconstitucional” contra sua propriedade havia autorizado uso de força letal. Um documento apresentado em maio pela equipe jurídica de Trump, chamado de “A invasão ilegal”, também cita uma linha do mandado.

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    “AGORA SABEMOS, COM CERTEZA, QUE JOE BIDEN É UMA SÉRIA AMEAÇA À DEMOCRACIA”, acrescentou Trump na postagem – assim mesmo, em maiúsculas.

    Em resposta, o FBI disse que o mandado apresentava “uma declaração padrão, que limita o uso de força letal”.

    “Ninguém ordenou que fossem tomadas medidas adicionais e não houve desvio da norma neste assunto”, garantiu o serviço secreto americano. Além disso, o jornal americano Washington Post havia informado anteriormente que os agentes escolheram um dia em que Trump não estivesse no local para realizar a operação.

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    Mesmo assim, as acusações desencadearam mensagens de apoio dos aliados trumpistas. A advogada do ex-presidente, Christina Bobb, reagiu com incredulidade em seu perfil.

    “O que é isso?!! Eles estavam preparados para me matar?! Algumas dezenas de agentes do FBI contra mim e eles estavam prontos para me matar?!!! O que aconteceu com os Estados Unidos da América?!” escreveu na plataforma X, antigo Twitter.

    Já o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, pediu que todos os legisladores condenassem os comentários “extravagantes e perigosos” de Trump em um discurso no plenário.

    “Não podemos permitir que este homem, Donald Trump, ou qualquer outra pessoa, jogue gasolina na fogueira que pode incendiar a nossa democracia”, disse o senador.

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