Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Troy Davis é executado nos EUA

Por Jessica Mcgowan
22 set 2011, 07h11

O americano Troy Davis foi executado na noite de quarta-feira por injeção letal, informou a penitenciária de Jackson, no estado americano da Geórgia, apesar dos protestos internacionais a respeito do caso, a respeido do qual existiam sérias dúvidas sobre a culpa do réu no assassinato de um policial em 1989.

A execução ocorreu às 23H08 local (00H08 Brasília de quinta), pouco tempo depois de a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitar um pedido de suspensão da sentença.

Durante o dia, os advogados de Davis esgotaram todas as possibilidades legais no estado da Geórgia, em diversas instâncias, na tentativa de evitar sua morte.

A execução estava prevista inicialmente para as 19H00 locais, mas foi adiada para aguardar a decisão do Supremo.

Segundo testemunhas. Davis reiterou ser inocente em suas últimas palavras.

“A briga na qual o policial morreu não foi minha culpa, eu não tinha arma”, declarou, de acordo com um jornalista que estava presente no momento em que Davis recebeu a injeção letal.

Continua após a publicidade

A execução foi assistida pela viúva do policial e os dois filhos da vítima.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se recusou a intervir para impedir a execução de Troy Davis, estimando que o caso cabia ao Estado da Geórgia e não ao poder federal.

“Obama tem trabalhado para garantir eficiência e justiça no sistema judiciário, especialmente nos casos de pena capital, mas não é apropriado que o presidente dos Estados Unidos se envolva em casos específicos como este, que são da justiça estadual”, informou seu porta-voz Jay Carney.

Executado após passar 20 anos no corredor da morte, Davis foi condenado à pena capital pelo assassinato do policial branco Mark MacPhail, ao final de um processo repleto de vícios judiciais, que revelaram dúvidas sólidas sobre sua inocência.

Durante o processo, nove testemunhas do assassinato cometido em 1989 indicaram Troy Davis como o autor do tiro, mas a arma do crime nunca foi encontrada e nenhuma prova digital ou traço de DNA, revelado. Depois, sete testemunhas se retrataram, mas isso não foi suficiente para convencer a justiça a rever seu veredicto.

Continua após a publicidade

Apresentado por seus defensores como o exemplo do negro condenado injustamente, Troy Davis recebeu o apoio de personalidades como o ex-presidente americano Jimmy Carter, o papa Bento XVI e a atriz Susan Sarandon, além de centenas de manifestações pedindo seu indulto, por todo o mundo.

“É um escândalo, não se deve executar alguém sem provas e com base apenas em evidência visual”, disse à AFP o reverendo Al Sharpton, ativista dos direitos civis que estava ao lado dos manifestantes do lado de fora da penitenciária.

O caso levou os governos da França, Alemanha e do Vaticano a pedir a comutação da pena de Davis.

Um editorial do jornal The New York Times advertiu que a execução poderia “cometer um erro judicial trágico”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.