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Tropas do CNT tomam porto de Sirte, formação de governo é adiada

Por Por Jay Deshmukh
27 set 2011, 10h59

Combatentes do novo regime líbio tomaram nesta terça-feira o controle do porto da cidade de Sirte, um bastião kadhafista que tentam conquistar, enquanto a liderança do CNT anunciou o adiamento da formação de um novo governo até que o país esteja totalmente livre.

“As consultas levaram à decisão de adiar a formação do governo até depois da libertação”, declarou à AFP Mustafa al-Huni, membro do CNT, que há vários dias tenta superar as divergências internas para formar um governo, cujo anúncio estava previsto para esta semana.

Também nesta terça-feira, o ex-líder líbio foragido Muamar Kadhafi afirmou que está no país e quer morrer como “mártir”.

“Há heróis que resistiram e caíram como mártires e nós também esperamos o martírio”, disse Kadhafi em um discurso divulgado por uma rádio local em Bani Walid, outro de seus últimos bastiões, segundo uma transcrição divulgada pelo site.

Em Sirte, “ocorreram confrontos durante a noite e, atualmente, controlamos o porto” desta cidade da costa do Mediterrâneo, declarou nesta terça-feira Mustafa ben Dardef, comandante da “Brigada de Zanten”, leal ao Conselho Nacional de Transição (CNT).

“Quando nos aproximarmos do centro da cidade, serão travados combates nas ruas homem a homem”, explicou um dos combatentes, Alai Saidi, enquanto seus companheiros se preparavam para os novos confrontos, limpando e lubrificando suas armas.

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Estes novos combates eclodiram na segunda-feira à noite perto do porto de Sirte, 360 km a leste de Trípoli.

Na segunda-feira, as forças do novo regime encontraram um esconderijo de armas dos kadhafistas na frente oriental de Sirte depois do bombardeio efetuado pela Otan de alvos na cidade pelo terceiro dia consecutivo.

Em Sirte, centenas de civis assustados fugiram nestes últimos dias da cidade, à medida que as forças do novo regime se aproximavam da região por leste, sul e oeste. Segundo testemunhas, os moradores de Sirte não têm água e comida e os kadhafistas tentam impedir que as pessoas fujam.

A situação “é muito crítica” na cidade, explicou Miftá Mohammed, um vendedor de peixe que fugiu com cerca de sessenta familiares em um comboio de sete veículos. “Não há comida, nem água, nem gasolina, nem eletricidade. As crianças já não têm leite. Há dias que comemos apenas macarrão”, afirmou.

Para o primeiro-ministro interino líbio, Mahmud Jibril, enquanto Kadhafi permanecer livre continuará sendo uma ameaça.

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“Os batalhões de Kadhafi continuam matando civis inocentes em diferentes regiões de nosso país”, acrescentou Jibril, número dois do CNT em Nova York, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia.

“O simples fato de que esteja livre e que tenha a sua disposição tanta riqueza significa que ainda é capaz de desestabilizar a situação, não apenas em nosso país, mas em todo o Sahel e Saara”, estimou Jibril.

Também na segunda-feira na ONU, mas diante da Assembleia Geral, o chanceler cubano Bruno Rodríguez advertiu que o “novo modelo de mudança de regime” lançado pelos Estados Unidos e pela Otan na Líbia pode afetar países da América Latina que não se submetam aos interesses de Washington.

Neste mesmo fórum, o chanceler da Nicarágua, Samuel Santos, denunciou a “política de duplos padrões” das potências ocidentais que reconheceram o governo do novo regime líbio e não querem aprovar a adesão de um Estado da palestina.

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