O Exército israelense feriu nesta sexta-feira 86 manifestantes palestinos na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, nesta nona semana da Grande Marcha do Retorno, segundo fontes médicas.
Desde que começaram as manifestações, em 30 de março, 115 pessoas morreram, a maioria delas por disparos do exército israelense nessa mesma área fronteiriça na semana passada.
Um palestino de 24 anos, identificado como Sami Habib, da Cidade de Gaza, morreu hoje. Ele havia sido ferido por disparos de arma de fogo nos protestos dos dias anteriores, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde palestino, Ashraf al Qedra.
Hoje, a segunda sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadã, os protestos continuaram, mas com presença bastante reduzida, de aproximadamente 200 pessoas. De acordo com os números apresentados pelas autoridades palestinas, foram registrados 86 feridos, que incluem os atendidos por asfixia provocada pelo gás lacrimogêneo.
Durante os protestos, alguns manifestantes lançaram rojões e bombas incendiárias em direção ao território israelense, causando focos de incêndio em plantações de trigo e cevada.
Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza, esteve hoje nos protestos perto do cruzamento fronteiriço de Rafah. Ele declarou que as manifestações continuarão até que se alcance o objetivo de acabar com o bloqueio imposto por Israel na Faixa de Gaza desde junho de 2007. Naquela ocasião, o Hamas expulsou à força o partido nacionalista Fatah e assumiu o controle do território litorâneo.
Sinwar convocou os palestinos a se manifestarem maciçamente em 5 de junho, quando é lembrado o início da Guerra dos Seis Dias, de 1967, que resultou na ocupação israelense da Cisjordânia, de Jerusalém Oriental e das Colinas de Golã, na Síria, assim como da Faixa de Gaza. Israel somente se retirou de Gaza em 2005.
(Com EFE)