A troca que Israel acordou com o movimento islamita Hamas não inclui os dois presos palestinos mais famosos, Marwan Barghouti e Ahmed Saadat, assegura nesta quarta-feira o diário israelense Yedioth Ahronoth.
O carismático Barghouti, ex-secretário-geral do Fatah na Cisjordânia, foi condenado em 2004 por Israel a cinco cadeias perpétuas pelo assassinato de cinco israelenses, e por liderar as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.
Saadat, o líder da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), foi condenado pelo assassinato em 2001 do então ministro de Turismo israelense, Rehavam Zeevi, em um hotel de Jerusalém.
Na noite desta terça-feira, a emissora de televisão Al-Aqsa informou que os dois estavam entre os mil palestinos que Israel deixará em liberdade nos próximos dias em troca do soldado Gilad Shalit, detido na Faixa de Gaza desde 25 de junho de 2006.
Segundo o diário, também não será libertado nesta troca Abbas Sayed, que cumpre 31 penas de cadeia perpétua pelo mais sangrento atentado da Intifada de Al-Aqsa, perpetrado em 2002 contra o Hotel Park da cidade de Netânia durante o tradicional jantar da festa do Pesah, no qual morreram 30 pessoas.
O acordo de troca, com o intermédio de Egito e Alemanha, foi alcançado entre a última quinta-feira e ontem, e a imprensa israelense aguarda o retorno de Shalit e a libertação dos palestinos para a próxima terça ou quarta-feira, na melhor das hipóteses.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurou ontem em declarações públicas que uma de suas pautas nas negociações foi “não libertar arquiterroristas”, ou seja, os palestinos envolvidos nos atentados mais sangrentos.
Por isso, assegura o Yedioth Ahronoth, também não sairão da prisão Ibrahim Hamed, chefe do braço armado do Hamas na Cisjordânia e que ainda não foi julgado, nem Abdallah Barghouti, responsável pelo atentado em 2001 contra um restaurante em Jerusalém e que cumpre 67 penas de cadeia perpétua.
(com Agência EFE)