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Três homens são condenados por massacre em universidade no Quênia em 2015

Ataque do grupo terrorista Al Shabab deixou 148 pessoas mortas e foi o segundo maior da história do país

Por Da redação
Atualizado em 19 jun 2019, 15h30 - Publicado em 19 jun 2019, 14h47

A Justiça do Quênia condenou nesta quarta-feira, 19, três homens pelo massacre na Universidade de Garissa em abril de 2015, quando 148 pessoas foram mortas.

Rashid Charles Mberesero, Mohamed Ali Abikar e Hassan Edin Hassan foram considerados culpados de conspirar para executar o ataque na cidade na região leste do país. Um quarto homem, Sahal Diriye Hussein, foi absolvido de todas as acusações.

Os réus julgados nesta quarta são todos quenianos, com exceção de Mberesero, que é da Tanzânia.

Os três condenados também foram considerados culpados por integrar a organização terrorista Al Shabab.

Em 2 de abril de 2015, os jihadistas do Al Shabab invadiram a Universidade de Garissa, localizada a 400 quilômetros da capital queniana de Nairóbi, e mataram pelo menos 148 pessoas. O principal alvo dos terroristas foram os alunos cristãos da faculdade.

Os quatro atiradores que participaram do ataque foram mortos no local. O homem acusado de planejar o massacre, Mohamed Kuno, foi morto pelas forças locais em uma operação de segurança em 2016.

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O grupo jihadista, que anunciou em 2012 sua adesão à organização Al Qaeda, é mais ativo no sul e centro da Somália, mas também realiza ataques no Quênia, principalmente em regiões próximas à fronteira.

O principal objetivo do grupo extremista islâmico é instituir a lei Sharia no país e combater os “inimigos do Islã”, entre eles os seguidores de outras religiões, como o cristianismo.

Os terroristas assumiram a autoria do ataque contra o instituto em Garissa e afirmaram que sua ação foi uma reposta ao envio de tropas quenianas para a Somália para integrar a missão da União Africana, que tenta combater o grupo extremista.

Frederick, do Quênia, sobrevivente do ataque à Universidade de Garissa – 04/10/2018 (Gustavo Luizon/VEJA.com)

Frederick foi aluno da universidade e estava em seu quarto no complexo estudantil quando os jihadistas invadiram o local. Em entrevista a VEJA em 2018, ele pediu que seu sobrenome não fosse divulgado por questões de segurança.

O queniano de 24 anos conta que homens armados do Al Shabab exigiam que os estudantes e professores recitassem trechos do Alcorão e atiravam contra aqueles que não conseguiam fazê-lo. O jovem, que estudava para ser professor, só se salvou porque se escondeu debaixo de sua cama.

“Foi difícil sair do quarto e ver todos os corpos de colegas de classe, de oração, líderes cristãos universitários e amigos, o sangue escorrendo pelo chão”, conta Fred, que perdeu 26 dos trinta companheiros de seu grupo de preces. Os jovens participavam da reza matinal quando foram surpreendidos pelos primeiros tiros.

Depois dessa tragédia, a universidade se tornou um local extremamente policiado, e não foram registrados mais incidentes. Nas cidades grandes, forças de segurança do Quênia vigiam as portas das igrejas e impedem que desconhecidos entrem nos locais. Ainda assim, Fred diz que, em regiões de maioria muçulmana, os cristãos ainda sofrem com a exclusão no dia a dia.

“A liberdade religiosa é um dos direitos humanos mais básicos e não pode ser tirada de nós”, afirma o jovem, que desistiu da carreira de professor para se tornar missionário cristão. “Precisamos falar e nos informar sobre isso”, diz.

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Garissa foi o segundo maior atentado na história do Quênia, depois apenas do ataque da Al Qaeda contra a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, em 1998, que matou mais de 200 pessoas.

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