Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Tomada de Lima’: protestos no Peru viram batalha com a polícia

A presidente Dina Boluarte prometeu punir os manifestantes, que pedem sua renúncia

Por Da Redação
Atualizado em 20 jan 2023, 09h09 - Publicado em 20 jan 2023, 09h04

No Peru, um protesto apelidado de “Tomada de Lima” se transformou em uma batalha contínuas entre manifestantes e a tropa de choque peruana na noite de quinta-feira 19. A capital do Peru virou uma confusão de arremessos de pedras e redemoinhos de gás lacrimogêneo, enquanto multidão pedia pela renúncia da presidente Dina Boluarte.

Milhares de pessoas de todo o país chegaram a Lima no início da semana para engrossar a reivindicação, após quase seis semanas de turbulência que matou mais de 50 pessoas, incluindo um policial.

+ Presidente do Peru é investigada por genocídio após 40 mortes em protestos

Em um discurso televisionado tarde da noite, Boluarte disse que a polícia tinha os protestos sob controle e que os responsáveis pela violência e vandalismo não ficariam “impunes”, acrescentando que “esta não é uma marcha pacífica”. Ela disse que o “governo está firme e seu gabinete está mais unido do que nunca”.

Boluarte afirmou que os protestos “não tinham agenda social”, mas buscavam “quebrar o estado de direito, gerar caos e desordem e tomar o poder”. Ela acrescentou que ataques a três aeroportos regionais foram planejados com antecedência e serão punidos com “todo o rigor da lei”.

“Ao povo peruano, aos que querem trabalhar em paz e aos que geram atos de protesto, digo: não me cansarei de chamá-los a um bom diálogo, de dizer que trabalhamos pelo país”, disse ela.

Continua após a publicidade

+ Governantes esquerdistas tentam esconder a bobagem que Castillo cometeu

Uma pessoa morreu e cerca de 10 ficaram feridas em confrontos com a polícia na cidade de Arequipa, no sul do país, na quinta-feira, segundo a ouvidoria do Peru, e quando manifestantes teriam tentado invadir o aeroporto. Vários aeroportos foram fechados e grandes áreas do país foram paralisadas por mais de 120 bloqueios de estradas.

A indignação com o aumento do número de mortos alimentou os crescentes protestos, que começaram no início de dezembro em apoio ao ex-presidente deposto Pedro Castillo, mas sua agenda passou a exigir, mais especificamente, a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e novas eleições.

Boluarte era o vice-presidente de Castillo e o substituiu depois que ele tentou dar um autogolpe para evitar um processo de impeachment, fechando o Congresso por decreto em 7 de dezembro.

+ Quem é Dina Boluarte, a primeira mulher presidente do Peru

Mais cedo na quinta-feira, milhares marcharam pela praça San Martín, em Lima. Organizações de segurança camponesas conhecidas como ronderos carregavam chicotes tradicionais, e mulheres indígenas usavam saias coloridas tradicionais. O refrão “Dina, assassina, o povo te repudia” pôde ser escutado, em meio a cartazes com imagens da presidente do Peru banhada em sangue.

Boluarte, que disse na semana passada que não renunciaria, se encontrou com um representante do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na quinta-feira. Na semana passada, a agência disse estar “muito preocupada com o aumento da violência” no Peru.

+ Após Peru proibir Evo de entrar no país, novos protestos deixam 17 mortos

Os embaixadores dos Estados Unidos e do Reino Unido no Peru elogiaram a reunião e emitiram declarações na quinta-feira pedindo calma e diálogo.

Em comunicado no Twitter, a embaixadora americana, Lisa Kenna, disse ser “fundamental que as forças da ordem respeitem os direitos humanos e protejam os cidadãos”. Em declaração semelhante, seu colega do Reino Unido, Gavin Cook, pediu “investigações imediatas e imparciais, medidas de responsabilização e justiça para as vítimas dos relatos de violações de direitos humanos”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.