Um vídeo publicado nesta terça-feira, 13, gerou uma onda de raiva em Uvalde, no Texas, onde um jovem entrou em uma escola primária armado e matou 19 crianças e duas professores, em 24 de maio.
Na filmagem de quase 80 minutos é possível ver os policiais fortemente armados, alguns com rifles e escudos à prova de balas, se aglomerando no corredor e esperando mais de uma hora antes de entrar na sala para impedir os assassinatos. Já se sabia que os agentes demoraram para entrar no local, mas ver as imagens deixou os moradores da cidade texana indignados e pedindo por respostas.
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O vídeo de uma câmera de corredor dentro da escola mostra o atirador entrando no prédio com um rifle estilo AR-15 e inclui uma fita do 911 de um professor gritando: “Abaixe-se! Entrem em suas salas! Entrem em suas salas!”
Dois agentes se aproximam das salas de aula minutos depois que o atirador entra, então correm de volta em meio aos sons de tiros. Quando o assassino se aproxima das salas, é possível ver uma criança no corredor, que sai correndo quando os tiros soam. Mais tarde, cerca de 20 minutos antes de a polícia invadir o local, o vídeo mostra um homem vestindo um colete que diz “xerife” usando algo que pode ser álcool em gel nas mãos, em um dispensador que estava pregado na parede.
Horas após a publicação, alguns moradores em uma reunião da Câmara Municipal de Uvalde disseram que não conseguiram assistir a gravação e redobraram os pedidos por explicações, que até agora, mais de um mês após o tiroteio, ainda não foram dadas.
“Você poderia ter salvado algumas vidas. Você poderia ter segurado a mão de alguém enquanto eles estavam morrendo”, disse um morador de Uvalde sobre a falta de ação dos policiais.
Outros exigiram consequências para a polícia e mais detalhes sobre a investigação marcada por declarações confusas que às vezes tiveram que ser retratadas. O chefe de polícia das escolas, Pete Arredondo , foi escolhido pelas autoridades estaduais como comandante no local e disseram que seus erros atrasaram a morte do atirador pela polícia. Arredondo, no entanto, disse ao Texas Tribune que não se considera responsável pelas operações.
Na semana passada, uma crítica à resposta policial escrita por especialistas táticos e solicitada pelo Departamento de Segurança Pública alegou que um policial de Uvalde teve a chance de abrir fogo contra o atirador antes que ele entrasse na escola.
“Esta foi a investigação menos profissional que eu já vi na minha vida”, disse o prefeito de Uvalde, Don McLaughlin, em entrevista à Associated Press. “Essas famílias são surpreendidas constantemente.”