Terrorista que comandou invasão à usina na Argélia é acusado nos EUA
Acusações contra Mokhtar Belmokhtar incluem conspiração para apoiar a Al Qaeda, sequestro e uso de arma de destruição em massa
Promotores americanos apresentaram oito acusações nesta sexta-feira contra Mokhtar Belmokhtar, chefe do grupo terrorista Brigada dos Signatários por Sangue. Ele é alvo de oito acusações, incluindo conspiração para apoiar a Al Qaeda, sequestro e conspiração para usar arma de destruição em massa. As autoridades também estão oferecendo recompensa de 5 milhões de dólares para quem fornecer informações que levem à prisão do terrorista.
Apelidado de “O Zarolho”, Balmokhtar comandou a invasão de uma usina de gás no leste da Argélia, em 16 de janeiro. Tropas argelinas retomaram a usina em In Aménas, no Saara, quatro dias depois, mas 29 terroristas e pelo menos 37 reféns estrangeiros morreram – incluindo três americanos. “Belmokhtar levou terror e sangue para pessoas inocentes e agora pretendemos levá-lo à Justiça”, afirmou Preet Bharara, procurador federal do distrito de Nova York.
Os terroristas disseram que o atentado era uma retaliação ao apoio da Argélia à intervenção da França no Mali, iniciada em janeiro. A usina, operada pela British Petroleum em parceria com a norueguesa Statoil e a Sonatrach, da Argélia, retomou parte da produção em fevereiro. Em março, autoridades argelinas disseram que o complexo alcançaria sua capacidade máxima de produção no fim deste ano.
Belmokhtar também é acusado do sequestro de dois diplomatas ocidentais que trabalhavam em uma missão das Nações Unidas no Níger no final de 2008. Os dois foram mantidos reféns durante quatro meses no deserto até serem liberados no Mali, em abril de 2009.
O argelino de 41 anos foi expulso da Al Qaeda no Magreb em outubro do ano passado, por insubordinação, e decidiu montar seu próprio negócio na arriscada área do terror. Ele foi designado terrorista internacional pelo Departamento do Tesouro americano em 2003.
(Com agência Reuters)