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Teerã diz que prendeu 400 pessoas por protestos, mas dado pode ser maior

A ONU, além de desconfiar da credibilidade do Irã, afirma que a capital é só uma das 31 províncias do país, o que eleva o número total prisões para 14 mil

Por Vitória Barreto
Atualizado em 14 dez 2022, 08h47 - Publicado em 14 dez 2022, 08h47

Pela primeira vez desde que o Irã iniciou uma repressão aos protestos que tomam o país desde setembro, o judiciário do país divulgou, na terça-feira 13, um número oficial do número de presos por demonstrações contra o regime. Segundo o site Mizan Online, do judiciário, tribunais dentro e ao redor da capital Teerã, ordenaram a prisão de 400 manifestantes, com penas de até 10 anos.

Apesar disso, o dado é incompleto. A capital é apenas uma das 31 províncias do país, o que significa que o número total de sentenças de prisão podem ser, estima-se, 7 vezes maior do que o que foi divulgado pelo Mizan Online. 

Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas afirmam que mais de 14 mil pessoas foram presas em todo o país desde meados de setembro. E o escritório do alto comissário dos direitos humanos da organização diz que mais de 300 pessoas foram mortas na repressão, pelo menos 40 delas eram menores de idade. 

Ali Alghasi-Mehr, chefe do judiciário da província da capital do país disse que os juízes sentenciaram “desordeiros”, termo que as autoridades têm usado para classificar todos os manifestantes que desafiam o regime teocrático do Irã.

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+Lojas do Irã fecham após manifestantes convocarem greve contra o regime

Em comentários citados pelo Mizan Online, Alghasi-Mehr disse: “Cento e sessenta pessoas foram condenadas a penas entre cinco e 10 anos de prisão, 80 pessoas a dois a cinco anos e 160 pessoas a até dois anos”

O movimento de protestos no Irã foi desencadeado pela morte de Mahsa Amini, uma mulher curda-iraniana que morreu sob a custódia da polícia moral. Segundo eles, ela foi presa por usar o hijab, lenço iraniano que cobre a cabeça, da maneira errada. Desde então, o país passa pela maior revolta civil desde a Revolução Iraniana de 1979. 

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As autoridades, como é de praxe no país, responderam com violência e repressão, e espancado e atirando contra os manifestantes. O Irã também impôs bloqueios ao acesso à Internet, para impedir que os protestos se espalhassem e fossem divulgados para a comunidade internacional. Além disso, divulgou 11 sentenças de morte, duas das quais foram executadas para aterrorizar os manifestantes

Majidreza Rahnavard, 23 anos, foi enforcado por um guindaste de construção após o julgamento apressado e secreto, na segunda-feira, 13. Ele foi executado em público, com as mãos e os pés amarrados e um saco preto colocado na cabeça.  O jovem foi acusado de matar dois combatentes das milícias pró-regime. 

Na quinta-feira passada, outro jovem de 23 anos também foi enforcado. Mohsen Shekari havia sido condenado por ferir um segurança com uma faca. 

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A Anistia acredita que mais 20 pessoas correm risco de execução por supostos delitos relacionados aos protestos. E ativistas iranianos temem que a velocidade das condenações de morte, signifique um sério risco de execuções em massa. 

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