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Tanque israelense matou jornalista ‘claramente identificável’, diz ONU

Nenhum disparo foi registrado durante quase uma hora antes de ataque contra jornalistas da Reuters, AFP e Al Jazeera no Líbano

Por Da Redação
Atualizado em 13 mar 2024, 16h59 - Publicado em 13 mar 2024, 16h59

A Força Interina de Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) publicou  um relatório nesta quarta-feira, 13, sobre um ataque israelense contra um grupo de jornalistas “claramente identificáveis”, que levou à morte do repórter Issam Abdallah, da agência de notícias Reuters, na fronteira do Líbano com Israel no dia 13 de outubro. Outros seis repórteres da agência francesa Agence France-Presse (AFP) e da rede catariana al-Jazeera foram feridos.

Na ocasião, um tanque israelense disparou dois tiros contra os repórteres em uma clara violação ao direito internacional. Segundo a investigação, nenhuma troca de tiros foi registrada no local nos 40 minutos que antecederam o ataque em Merkava. O grupo de repórteres filmava à distância bombardeios entre as duas fronteiras em uma colina perto da vila libanesa de Alma al-Chaab por quase uma hora antes do ataque.

“Os disparos contra civis, neste caso contra jornalistas claramente identificáveis, constituem uma violação da Resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança e do direito internacional”, afirma o relatório da UNIFIL. “Avalia-se que não houve troca de tiros através da Linha Azul no momento do incidente. O motivo dos ataques aos jornalistas não é conhecido”. 

A resolução 1701, adotada em 2006, foi criada em uma tentativa de por fim à guerra entre Israel e combatentes do grupo libanês Hezbollah. Na época, as forças de manutenção da paz da ONU monitoraram um cessar-fogo no conflito instaurado na Linha Azul, a demarcação da fronteira entre os dois países. Até hoje, as tropas da ONU registraram violações do cessar-fogo e investigam diversos casos semelhantes ao da morte de Abdallah.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Nir Dinar, afirmou que o Hezbollah atacou tropas israelenses e que membros da comunidade judaica de Hanita foram feridos na ocasião.

“As IDF lamentam qualquer dano a partes não envolvidas e não disparam deliberadamente contra civis, incluindo jornalistas”, disse Dinar.

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O caso, no entanto, não é isolado. Setenta e dois dos 99 jornalistas mortos em todo o mundo em 2023 eram palestinos que faziam reportagens sobre a guerra de Israel em Gaza, tornando esses 12 meses os mais mortais para a imprensa em quase uma década, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Em 2022, antes do início da atual guerra em Gaza, forças israelenses dispararam deliberadamente contra a jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh, da al-Jazeera, segundo uma investigação da ONU. As conclusões, rejeitadas por Tel Aviv, também foram anunciadas de forma similar pela rede CNN, em uma investigação paralela sobre o caso de extrema repercussão.

A autópsia e um exame forense realizados em Nablus, na Cisjordânia, após a morte de Abu Akleh mostraram que ela foi baleada por trás, indicando que estava tentando fugir enquanto as forças israelenses continuavam a disparar contra o grupo de jornalistas.

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