Os talibãs paquistaneses, que os investigadores americanos suspeitam estar por trás do atentado frustrado na Times Square, no último sábado, somaram forças com a Al-Qaeda e outros grupos terroristas nos últimos anos – e ameaçam estender seu alcance e ambição. É o que afirmam diplomatas e oficiais de inteligência, segundo o jornal americano The New York Times.
O suspeito do ataque frustrado com um carro-bomba em Nova York, Faisal Shahzad, de origem paquistanesa e naturalizado americano, foi preso pelo FBI na madrugada de segunda-feira e formalmente indiciado por terrorismo na terça. Ele admitiu seu envolvimento, mas afirmou ter agido sozinho, negando qualquer ligação com grupos radicais no Paquistão.
Autoridades paquistanesas, porém, afirmaram que Shahzad tinha laços com o grupo islâmico Jaish-e-Muhammad, que combate a presença indiana na Caxemira, com a rede terrorista Al-Qaeda e com o Talibã paquistanês. No Paquistão, pelo menos quatro pessoas foram presas por suspeita de ligação com o episódio.
O grupo e seus aliados – A missão do grupo Talibã paquistanês, desde sua formação, em 2007, é manter o controle de territórios tribais do Paquistão e treinar combatentes para lutar contra os americanos e forças da OTAN no Afeganistão, além de atacar o próprio estado paquistanês.
A ofensiva militar do Paquistão, com ajuda dos americanos, diminuiu significativamente sua atuação. Porém, o grupo terrorista sobreviveu, graças a alianças com outros grupos armados. Juntos, eles se tornaram cada vez mais difíceis de se distinguir, afinando suas habilidades táticas e somando seus alvos.
Atuação – Oficiais de inteligência acreditam que, de uma forma geral, as habilidades desses grupos são menos eficientes hoje. Entretanto, atentados a países como os EUA aumentaram, devido à cooperação de outros grupos contra uma gama de alvos diferentes. Dentre eles, o Al-Qaeda vem aumentando sua influência, enquanto o Talibã paquistanês tem cada vez mais participação como aliado local.
Em um vídeo divulgado no último domingo, o Talibã paquistanês alegou responsabilidade pelo incidente na Times Square. Mas, na terça-feira, um porta-voz do grupo mudou o discurso, dizendo que o Talibã não teve nenhuma ligação com Faisal Shahzad.
Analistas afirmam que, já que o grupo terrorista mantém treinamento em muitos campos ao longo da fronteira paquistanesa, é possível que Shahzad tenha recebido instruções de algum desses grupos.
(Com New York Times e agência France-Presse)