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Talibã completa dois anos de retomada do poder no Afeganistão

Autoridades do grupo fundamentalista alegam ter restabelecido a segurança em todo o território afegão a partir da aplicação do sistema islâmico

Por Da Redação
Atualizado em 15 ago 2023, 16h36 - Publicado em 15 ago 2023, 16h20
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  • O Talibã completa nesta terça-feira, 15, dois anos desde a retomada do poder no Afeganistão, em meio à progressiva perda de direitos femininos. Com o controle depois da retirada das tropas americanas do país, as autoridades do grupo fundamentalista alegam ter restabelecido a segurança em todo o território afegão a partir da aplicação do sistema islâmico.

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    “No segundo aniversário da conquista de Cabul, gostaríamos de parabenizar a nação mujahid (sagrado guerreiro) do Afeganistão e pedir-lhes que agradeçam a Deus Todo-Poderoso por esta grande vitória”, disse o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, em um comunicado.

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    Como parte da “guerra ao terror” promovida pelo ex-presidente americano George W. Bush, soldados americanos estabeleceram bases no Afeganistão após os atentados de 11 de setembro, ocorridos em 2001. Durante a campanha presidencial de 2017, mais de uma década depois do início do conflito, Donald Trump prometeu que, caso eleito, encerraria as “guerras sem fim” comandadas pelos Estados Unidos.

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    Eleito, ele assinou, ao lado de um representante do Talibã, um acordo que estabeleceu um cronograma de retirada das tropas americanas para a suposta promoção da segurança no país, devastado pela guerra mais longa da história americana, em 2020. Em contrapartida, o grupo fundamentalista não deixaria que “nenhum de seus membros, ou outros indivíduos ou grupos, incluindo a Al-Qaeda, usar o território afegão para ameaçar a segurança dos Estados Unidos e de seus aliados”.

    O acordo foi continuado pelo governo de Joe Biden e, um ano após a assinatura, quando os últimos militares eram retirados do país, o movimento radical iniciou uma ofensiva que tinha como destino o palácio presidencial de Cabul, capital afegã, para a destituir o presidente do país, Ashraf Ghani, e todo o seu governo. Enfraquecidas pela perda de apoio ocidental, as forças de segurança locais não tiveram capacidade de defesa.

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    Apesar da redução dos conflitos internos nos últimos dois anos, as Nações Unidas apontam que dezenas de ataques foram realizados contra civis, alguns reivindicados pelo Estado Islâmico, rival do Talibã. A atuação da imprensa e os direitos femininos, além disso, foram duramente atacados pelos fundamentalistas, que mantém “mulheres desobedientes em casa”. Eles restringiram, então, o acesso de mulheres à educação e à carteira de habilitação, proibiram viagens desacompanhadas e tornaram o uso do hijab, véu muçulmano, obrigatório, por exemplo.

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    “Faz dois anos desde que o Talibã assumiu o poder no Afeganistão. Dois anos que mudaram a vida de mulheres e meninas afegãs, seus direitos e futuro”, defendeu Amina Mohammed, vice-secretária-geral da ONU, em um comunicado — as mulheres foram, inclusive, proibidas de exercerem cargos na ONU, em abril deste ano.

    A segurança foi reforçada na capital nesta terça-feira, em meio a um feriado nacional. Ministérios realizaram reuniões comemorativas, ao passo que combatentes do Talibã e parte dos moradores de Cabul fizeram desfiles informais em seus veículos, que transportavam soldados e crianças agitando bandeiras do grupo. A data, no entanto, é apenas uma lembrança das perdas sofridas nos últimos dois anos para algumas mulheres, como a ex-professora Maryam, de 27 anos.

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    “O dia me lembra de dois anos atrás e tenho a mesma sensação de dois anos atrás, que foi realmente terrível”, disse, ao relembrar que perdeu seus empregos em sala de aula e em um projeto internacional que ocupava.

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