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Suu Kyi é aclamada em campos de refugiados birmaneses

Mae Lae, com cerca de 40.000 refugiados, é o maior dos nove acampamentos administrados pela ONU e localizados na fronteira da Tailândia com Mianmar

Por Da Redação
2 jun 2012, 11h34

A líder da oposição birmanesa e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, foi aclamada por milhares de pessoas que vivem há décadas no campo refugiados de Mae A, no norte da Tailândia, que visitou neste sábado. “Farei todo o possível para que possam voltar para casa. Tentarei ajudá-los ao máximo em suas necessidades”, disse Suu Kyi, de 66 anos, à multidão que a cercava enquanto esteve no hospital do campo. Mae Lae, com cerca de 40.000 refugiados – a maioria da etnia karen – é o maior dos nove acampamentos administrados pela ONU e localizados na faixa fronteiriça da Tailândia com Mianmar (antiga Birmânia), que no total abrigam cerca de 140.000 birmaneses. “Não me esqueci de vocês”, disse ela, enquanto os refugiados respondiam com cânticos como “longa vida para a mãe Suu”.

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O dia começou com a chegada da “dama”, como é chamada por seus seguidores, ao aeroporto de Mae Sot, e de lá ela saiu em uma caravana de veículos rumo a Mae A, a cerca de 60 quilômetros. Grande parte dos moradores a esperava desde a madrugada, reunida em um campo de futebol. Outros refugiados que ficaram em frente a suas casas, ao longo do percurso por onde tinha que passar a comitiva de Suu Kyi, exibiam fotos da política e bandeiras de seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND).

Mensagens – Outros mostravam cartazes com mensagens contra sua repatriação forçada e pediam voz aos residentes dos campos de refugiados quando chegar o momento de negociar sua desativação. “Estou muito feliz. Estou há muitos anos esperando para vê-la”, disse Wah Ku Shee, uma mulher karen de 32 anos que vive refugiada em Mae A desde 1995. “Se os militares continuarem a dar as cartas (em Mianmar), também prosseguiriam as violações de direitos humanos. E não queremos que nada sobre nós seja decidido sem nossa participação”, acrescentou a birmanesa, que se mostrou reticente a retornar a seu país até que as tropas governamentais recuem e deem garantias de segurança.

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Naing Aung Htay, um líder estudantil que há cinco anos vive em Mae A, reconheceu que ‘houve algumas mudanças’ em seu país. Natural de Yangun, ele lembrou o processo de reformas realizado desde que a última junta militar se dissolveu e transferiu o poder a um governo civil aliado, em 30 de março de 2011. ‘Mas ainda não quero voltar. Não confio (no atual governo)’, afirmou o refugiado.

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As autoridades tailandesas montaram um forte esquema de segurança, com vários guardas armados com rifles automáticos M-16 e policiais ao longo do percurso que Suu Kyi fez pelo campo. A Nobel da Paz também visitou o hospital de uma ONG em Mae A, e seus colaboradores entregaram pacotes com comida e material de ajuda humanitária. Depois, ela retornou ao automóvel que a conduzia pelo campo e voltou a acenar para a multidão que a saudava, até deixar o local.

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Despedida – Centenas de birmaneses exilados e imigrantes foram ao aeroporto de Mae Sot para se despedir de Suu Kyi, que chegou à Tailândia na última terça-feira para participar do Fórum Econômico Mundial sobre a Ásia Oriental, que encerrado ontem. Na quarta-feira, Suu Kyi visitou em Mahachai, centro da indústria pesqueira tailandesa, uma parte dos 2 milhões de imigrantes birmaneses, legais e ilegais, que trabalham no país, aos quais prometeu trabalhar para melhorar suas condições de vida. Na quinta e na sexta, ela se dedicou ao fórum econômico, no qual disse que seu país avança rumo à democracia, mas ainda não a conquistou e precisa de ajuda internacional, principalmente em educação.

Suu Kyi, que em pouco mais de um ano deixou de ser uma prisioneira política para se tornar parlamentar, voltará amanhã a Mianmar, pondo fim à sua primeira viagem ao exterior em 24 anos. Em meados de junho, a chefe do movimento democrático birmanês fará sua primeira viagem à Europa após sua libertação. O roteiro inclui idas a Suíça, Noruega, Reino Unido e Irlanda.

(Com agência EFE)

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