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Suécia: partidos formam coalizão com apoio da extrema-direita

O futuro primeiro-ministro, Ulf Kristersson, diz que três partidos vão cooperar com o partido extremista Democratas Suecos

Por Da Redação
14 out 2022, 10h20

Ulf Kristersson, futuro primeiro-ministro da Suécia, comunicou nesta sexta-feira, 14, que três partidos de centro-direita formaram uma coalizão que depende do apoio da legenda de extrema-direita Democratas Suecos. O acordo marca a primeira vez que a extrema-direita terá influência direta sobre a política do governo no país.

Líder do partido Moderados, Kristersson disse que formaria um governo com os Liberais e os Democratas-cristãos, depois que o bloco de direita ganhou uma maioria apertada nas eleições de 11 de setembro.

O maior partido de direita da Suécia, conhecido por sua postura anti-imigração, o Democratas Suecos não seria um membro formal da coalizão, mas concordou em ajudar a moldar sua política em troca de apoiá-la no parlamento.

“A mudança não é apenas necessária, a mudança também é possível. Os quatro partidos juntos podem oferecer essa mudança”, disse Kristersson.

O futuro premiê se encontrará com o presidente do parlamento nesta sexta e vai passar por uma votação de confirmação na segunda-feira, 17, que ele deve vencer. Juntos, os quatro partidos de direita têm uma maioria de 176 assentos, do total de 349 membros do parlamento.

O acordo de coalizão inclui propostas para cortar impostos e limitar benefícios sociais, mas também dá destaque para a área de segurança, com planos para reprimir gangues criminosas. Além disso, visa construir mais novas usinas nucleares.

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O envolvimento direto dos Democratas Suecos na política marca uma mudança histórica na Suécia, e teria sido impensável há menos de uma década. Fundado por neonazistas e outros ativistas de extrema-direita, o partido se livrou de muitos de seus elementos mais extremistas e avançou firmemente em direção ao mainstream sob Jimmie Åkesson, que se tornou líder da legenda em 2005 e supervisionou seu “reposicionamento de marca”.

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O sucesso dos Democratas Suecos entra na tendência de progresso de outros partidos de extrema-direita na Europa. Embora sua popularidade não tenha aumentado significativamente nos últimos anos, a legenda passou a ser aceita tanto pela população sueca quanto pelos partidos tradicionais.

Åkesson disse nesta sexta que, ao invés de ter um papel decisivo nas políticas da coalizão, teria preferido cargos no gabinete do premiê para membros do partido. No entanto, declarou apoiar o acordo, que deve ajudar os Democratas Suecos a reformular políticas de imigração e justiça criminal da Suécia.

“Para nós, foi absolutamente decisivo que uma mudança de poder seja também uma mudança de paradigma em relação à política de imigração e integração”, afirmou.

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A mensagem do partido de que a maioria dos problemas da Suécia, incluindo níveis altos de violência de gangues, se devem às políticas de portas abertas à imigração do país, ressoou com muitos eleitores.

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O novo governo visa dificultar o acesso de imigrantes a benefícios do Estado, enquanto a ação da polícia contra crimes de gangues serão mais fortes, e as sentenças, mais longas. Também propõe impor uma proibição nacional à mendicidade e abrir a possibilidade de enviar prisioneiros para cumprir suas penas no exterior.

“Faremos uma revisão completa de todo o código penal, com penas mais duras para crimes violentos e sexuais”, disse Kristersson no Facebook.

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