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Soldados ucranianos de Mariupol serão julgados em república pró-Rússia

Militares que se renderam na siderúrgica Azovstal vão enfrentar tribunais em Dontesk, junto a milhares de outros prisioneiros de guerra

Por Da Redação
23 Maio 2022, 13h28
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  • Cerca de 2,5 mil militares da Ucrânia evacuados da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, deverão enfrentar julgamento como prisioneiros de guerra, informou nesta segunda-feira, 23, a agência de notícias russa Interfax. Autoridades e a mídia estatal da Rússia tentaram caracterizar os combatentes como neonazistas e criminosos.

    Após três meses resistindo no interior do complexo industrial de Mariupol, combatentes ucranianos se renderam e foram capturados por forças russas. Os militares foram detidos como prisioneiros de guerra em Donetsk, região no leste da Ucrânia, controlada por separatistas pró-Moscou.

    Denis Pushilin, líder pró-Kremlin da área, disse que os combatentes capturados incluem alguns estrangeiros, embora não tenha fornecido detalhes. O líder separatista disse que os militares ucranianos certamente enfrentariam um tribunal.

    “Acredito que a justiça deve ser restaurada. Há um pedido para isso por parte das pessoas comuns, da sociedade e, provavelmente, da parte sã da comunidade mundial”, disse Pushilin à agência de notícias estatal russa Tass. A agência não especificou quais acusações os combatentes ucraniano enfrentariam.

    Paralelamente, um tribunal na Ucrânia condenou nesta segunda-feira, um soldado russo à prisão perpétua por matar um civil no primeiro julgamento por crimes de guerra desde o início da invasão.

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    O Ministério da Defesa russo divulgou recentemente um vídeo de soldados ucranianos sendo detidos depois de anunciar que suas forças haviam removido os últimos redutos dos extensos túneis subterrâneos da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol. O ministério russo informou que um total de 2.439 militares inimigos se renderam.  

    Membros da família dos combatentes, que vieram de uma variedade de unidades militares e policiais, pediram que eles recebessem direitos como prisioneiros de guerra e, eventualmente, retornassem à Ucrânia. A vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk disse no sábado 21 que a Ucrânia “lutará pelo retorno” de cada um deles.

    O país governado por Volodymyr Zelensky vem tentando garantir uma troca de prisioneiros por combatentes que se renderam na siderúrgica. Segundo informações da Interfax, um vice-chanceler russo, Leonid Slutsky, disse que Moscou estava estudando a possibilidade de trocar os prisioneiros de Azovstal por Viktor Medvedchuk, um magnata aliado do presidente russo Vladimir Putin que enfrenta acusações criminais na Ucrânia.

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    A siderúrgica de Azovstal foi palco de intensos conflitos ao longo das últimas semanas. A resistência, composta de um grupo cada vez menor de ucranianos, foi alvo de uma série de ataques russos, até que o governo ucraniano ordenou aos soldados que abandonassem a defesa para salvar suas vidas.

    + Rússia anuncia tomada de usina em Mariupol após rendição de combatentes

    Após a tomada da usina, que por semanas foi o último reduto da resistência ucraniana, a Rússia declarou seu controle total da cidade portuária de Mariupol. A vitória na região é extremamente importante para Moscou, principalmente depois do fracasso em tomar a capital ucraniana, Kiev. A cidade é considerada estratégica para o Kremlin pois criaria uma ponte terrestre ligando a Rússia até a Península da Crimeia, que Moscou tomou da Ucrânia em 2014.

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    Forças russas têm intensificado os bombardeios na região de Donbas, dominada por grupos separatistas pró-Rússia. Descrevendo a situação como “extremamente difícil”, o governo ucraniano afirmou que está aberto a negociações com o Kremlin, mas descartou qualquer possibilidade de ceder territórios como forma de obter um cessar-fogo.

    “Qualquer concessão à Rússia não é um caminho para a paz, mas uma guerra adiada por vários anos. A Ucrânia não comercializa nem sua soberania, nem territórios e ucranianos que vivem neles”, disse o conselheiro presidencial, Mykhailo Podolyak, em um vídeo publicado no Twitter.

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