O papa Francisco abriu nesta terça-feira as grandes portas de bronze de basílica de São Pedro, dando início ao Jubileu Extraordinário da Misericórdia, ano sagrado para os católicos. Com um rigoroso esquema de segurança, a cerimônia foi acompanhada por cerca de 70 000 pessoas e também teve a presença papa emérito Bento XVI. Essa foi a primeira vez na história em que dois pontífices inauguraram o Ano Santo. Francisco rezou por alguns minutos diante da porta antes de atravessá-la. Depois dele, uma longa procissão de cardeais, bispos, padres e religiosos fez o mesmo caminho.
Ao longo dos séculos, os anos santos têm sido utilizados para incentivar os fiéis a fazer peregrinações a Roma e obter uma “indulgência”, dentro de uma antiga tradição da Igreja relacionada ao perdão dos pecados. Esse é o primeiro Jubileu do papa Francisco – o último havia acontecido em 2000, convocado por João Paulo II. Na ocasião, 25 milhões de pessoas foram a Roma. Este Ano Santo tem caráter extraordinário porque ocorre 15 anos após o último, e não 25 ou 50, como o de costume.
Leia também:
Na África, papa Francisco visita mesquita e diz que cristãos e mulçumanos são “irmãos”
FBI alertou Itália sobre risco de ataques no Vaticano
O papa Francisco lançou o jubileu de 12 meses para destacar o que se tornou em tema chave de seu papado: mostrar o lado misericordioso e acolhedor da Igreja Católica. Segundo ele, a misericórdia supera os juízos de moral no catolicismo. Francisco convidou a Igreja a recuperar o “espírito do samaritano”, para sair a proclamar a alegria do amor ao mundo, o perdão e a reconciliação.
“Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e, em todo caso, o julgamento de Deus sempre será à luz da misericórdia. Atravessar a Porta Santa, portanto, nos faz sentir como parte deste mistério de amor”, disse o pontífice. A partir do dia 13 de dezembro, pela primeira vez na história, as portas santas de todas as catedrais do mundo serão abertas.
Segurança – Também estiveram presentes na cerimônia autoridades da Itália, como o primeiro-ministro, Matteo Renzi, e o presidente, Sergio Matarella. Mais de 3 000 policiais foram mobilizados para a ocasião, que acontece quase um mês após os atentados terroristas em Paris. Fiéis, jornalistas e até padres foram revistados com detectores de metal nas proximidades da Praça de São Pedro, e a segurança foi reforçada em pontos movimentados de Roma.
(Da redação)