Uma missão de paz, incluindo líderes da África do Sul, Senegal, Zâmbia, Comores e Egito, chegou a Kiev, capital da Ucrânia, nesta sexta-feira, 16, na esperança de iniciar uma mediação do conflito com a Rússia. Os diplomatas foram recebidos com ao menos duas explosões e sirenes de alerta para ataque aéreo.
A delegação disse que os ataques não mudaram seus planos para reunir-se com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda nesta sexta-feira. No sábado, 17, o grupo segue para São Petersburgo para conversar com o presidente russo, Vladimir Putin.
Depois que os líderes africanos chegaram a Kiev, o comboio de carros que os transportava foi visto entrando em um hotel para usar seu abrigo antiaéreo, segundo a agência de notícias Reuters. A Presidência sul-africana disse, pelo Twitter, que a missão estava “correndo bem e conforme planejado”.
“The mission is proceeding well and as planned; we await the commencement of talks with President Zelensky which will be followed by a media engagement…”
~ Presidential @SpokespersonRSA
Vincent Magwenya#AfricanPeaceMission pic.twitter.com/NtVeVVt8ow— Presidency | South Africa 🇿🇦 (@PresidencyZA) June 16, 2023
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De acordo com a Ucrânia, sua Força Aérea derrubou seis mísseis balísticos “Kinzhal”, seis mísseis de cruzeiro e dois drones nesta sexta-feira. Por enquanto, não houve registro de mortes ou danos graves, mas a polícia da capital disse que os ataques fizeram um número ainda indeterminado de vítimas.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreveu no Twitter que este foi o “maior ataque com mísseis a Kiev em semanas” e criticou Putin por mirar a cidade enquanto a comitiva de paz está no local.
“Os mísseis russos são uma mensagem para a África: a Rússia quer mais guerra, não paz”, disse Kuleba.
Putin “builds confidence” by launching the largest missile attack on Kyiv in weeks, exactly amid the visit of African leaders to our capital. Russian missiles are a message to Africa: Russia wants more war, not peace.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) June 16, 2023
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A delegação africana começou a viagem visitando Bucha, uma cidade próxima a Kiev onde a Ucrânia diz que soldados russos realizaram execuções, estupros e torturas. Lá, investigadores internacionais coletam evidências de crimes de guerra. A Rússia nega todas as acusações.
De acordo com um documento visto por algumas agências de notícias, a missão de paz, que inclui o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o senegalês, Macky Sall, quer propor uma série de “medidas de construção de confiança” no início da mediação. O objetivo da iniciativa é promover a paz e encorajar a Rússia e a Ucrânia “a concordar com um processo liderado pela diplomacia”.
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As medidas de “construção de confiança” podem incluir uma retirada dos soldados russos, a remoção de armas nucleares táticas russas de Belarus, a suspensão do mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Putin e o alívio das sanções ocidentais impostas à Rússia.
Kiev defende que sua própria iniciativa de paz, que prevê a retirada de todos os soldados russos de território ucraniano, deve ser a base para qualquer solução para a guerra.