O ex-técnico da CIA Edward Snowden, que é procurado por Washington por acusações de espionagem, pediu asilo temporário à Rússia, disse um advogado russo nesta terça-feira. O site de vazamentos WikiLeaks, que está assessorando o ex-técnico, também postou a informação em seu Twitter. A Rússia ainda não confirmou ter recebido a solicitação, mas, na semana passada, Snowden já havia anunciado que faria o pedido com o objetivo de chegar até a América Latina, onde ao menos três países – Venezuela, Bolívia e Nicarágua – teriam oferecido asilo político a ele.
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O advogado Anatoly Kucherena confirmou que Snowden apresentou o pedido de visto temporário. “Ele está me consultando sobre as diferentes opções”, disse Kucherena, ligado ao Kremlin, que participou da reunião do ex-técnico com ativistas dos direitos humanos na sexta-feira. “Depois da reunião, temos mantido contato de forma frequente”, contou Kucherena. “Como não conhece russo nem a legislação, expliquei tudo sobre o estatuto de refugiado e as leis que o definem.”
Reinaldo Azevedo: Snowden está sendo superestimado Snowden, que revelou à imprensa detalhes dos programas secretos de vigilância do governo dos Estados Unidos, está em uma área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, desde 23 de junho. Antes de as informações serem divulgadas, ele deixou o Havaí, onde trabalhava como consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), e foi para Hong Kong. E foi de lá que seguiu para Moscou. Com o passaporte suspenso, o ex-técnico está impedido de se deslocar. Leia também:
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Microsoft ajudou FBI e NSA a interceptar mensagens, diz jornal Nesta segunda-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que os Estados Unidos “prenderam” o ex-técnico da CIA na Rússia. “Os Estados Unidos falaram com todos os outros países. Ninguém quer levá-lo. Então, nesse sentido, eles efetivamente o prenderam em nosso país”, disse Putin a uma plateia de estudantes durante visita à ilha Hogland, no Mar Báltico. “Assim que houver uma oportunidade para ele ir a outro lugar, espero que ele faça isso.” Ações – A divulgação dos métodos usados pelas agências americanas para vasculhar dados de milhões de pessoas, dentro e fora de seu território, está fornecendo aos que se opõem a programas secretos novas formas de contestar sua constitucionalidade na Justiça. Segundo o jornal The Washington Post, desde que as informações vieram à tona, pelo menos cinco casos foram apresentados a cortes federais. A reportagem pondera, no entanto, que esses casos enfrentam enormes obstáculos, uma vez que o governo defende a atuação das agências para garantir a segurança nacional. Quase todas as cerca de setenta ações apresentadas depois da divulgação, em 2005, de que a administração George W. Bush realizava escutas sem mandado judicial foram rejeitadas. (Com agência Reuters)