Cairo, 1 dez (EFE).- O Governo sírio suspendeu nesta quinta-feira sua participação na União pelo Mediterrâneo (UPM) até que a União Europeia (UE) retroceda com as medidas impostas contra Damasco, informou o Ministério das Relações Exteriores sírio.
Um porta-voz do Ministério, citado pela agência oficial de notícias síria ‘Sana’, declarou que a decisão foi adotada ‘pelo aumento da campanha política e midiática injustificada contra a Síria nos fóruns internacionais e europeus’, depois da decisão nesta quinta da UE de ampliar as sanções.
Afirmou neste sentido que a UE adotou ‘medidas injustificadas que tiveram como objetivo o sustento do povo sírio, e que representa uma flagrante violação para soberania nacional e a intromissão nos assuntos internos do país’.
Nesta quinta, o Conselho de Ministros das Relações Exteriores da UE aprovou as restrições contra as pessoas e entidades próximas à repressão exercida pelo regime sírio, assim como sanções econômicas que afetam setores como energético, financeiro, bancário e comercial.
O Ministério das Relações Exteriores sírio criticou a postura da UE em instigar e não contribuir para encontrar uma saída à atual crise na Síria, onde desde o início da revolta contra o presidente Bashar al Assad em março morreram mais de 4 mil pessoas, conforme números da ONU.
Além disso, o porta-voz da pasta ressaltou que a postura dos países comunitários ‘contrapõe o espírito dos acordos assinados entre Damasco e a UE, e prejudica a associação que foi consolidada pelo processo de Barcelona e a União pelo Mediterrâneo’.
A suspensão foi informada aos representantes da Presidência mista franco-egípcia da UPM, criada em 2008 e herdeira do Processo de Barcelona.
A UPM reúne os países-membros da UE e os estados mediterrâneos do norte da África e do Oriente Médio. EFE