O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou nesta segunda-feira a reação “indecente e histérica” do Ocidente depois do veto russo e chinês a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que condena a repressão na Síria.
“Certos votos no Ocidente que reagiram à votação da ONU são indecentes e quase histéricos”, declarou Lavrov.
“Um provérbio diz ‘o que se irrita raramente tem razão’. As declarações histéricas têm por objetivo dissimular o que acontece, ou seja, o fato de que há várias fontes de violência na Síria”, prosseguiu.
As autoridades chinesas também rebateram as acusações americanas de que Pequim e Moscou protegem o regime sírio.
“A China não aceita as acusações dos Estados Unidos sobre o veto relativo a Síria”, declarou o porta-voz da chancelaria, Liu Weimin.
“Nós não protegemos ninguém”, completou, em uma referência às palavras da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
“Os países que se negaram a apoiar o plano da Liga Árabe assumem a plena responsabilidade de proteger o regime de Damasco”, declarou Hillary no domingo.
O plano de paz da Liga Árabe, no qual estava amplamente baseado o projeto de resolução da ONU, prevê o fim da violência e a transferência dos poderes de Bashar al-Assad a seu vice-presidente antes da abertura das negociações com a oposição.
Esta foi a segunda vez que Moscou e Pequim impediram o Conselho de Segurança de aprovar uma resolução contra a Síria, após quase 11 meses de silêncio sobre a repressão do regime de Bashar al-Assad, que matou pelo menos 6.000 pessoas, segundo ativistas.