Grupos de ativistas dos direitos humanos que trabalham na Síria denunciaram nesta quinta-feira a existência de pelo menos 28.000 pessoas desaparecidas no país, vítimas de detenções ou raptos de soldados do regime ou milícias que combatem o ditador Bashar Assad, que há um ano e meio enfrenta um levante popular.
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Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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As organizações, como o grupo online Avaaz e a Rede Síria para os Direitos Humanos, afirmaram à rede britânica BBC que têm os nomes de ao menos 18.000 desaparecidos desde o início dos protestos antigovernamentais, mas possuem relatos de cerca de mais 10.000 casos.
O Avaaz, que reuniu depoimentos de cidadãos cujos familiares foram sequestrados por forças pró-regime a partir do mês de fevereiro, afirma que “ninguém está seguro” em meio à “campanha de terror” do governo de Assad. Os ativistas do grupo pretendem levar os casos para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, a fim de que sejam investigados.
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Cenário pior – O grupo de ajuda humanitária Sawasya, porém, estima que o número de desaparecidos seja muito mais alto e atinja a cifra de 80.000 pessoas, diz Muhannad al Hasani, representante da organização, citando “informações de contatos em vilarejos em toda a Síria”.
As Nações Unidas calculam em 18.000 o número de mortos na guerra civil síria, mas esse número está defasado segundo a oposição, que fala em mais de 30.000. Além disso, centenas de milhares de pessoas já fugiram do país. Segundo a ONU, o número de refugiados do conflito deve ultrapassar os 700.000 até o final do ano.
Atualmente cerca de 300.000 sírios deixaram o país, principalmente rumo a nações vizinhas como Turquia, Líbano, Iraque e Jordânia – acredita-se que entre 2.000 e 3.000 refugiados cheguem a cada dia.