Uma delegação ministerial da Liga Árabe liderada pelo Qatar chegou a Damasco e se reuniu com o presidente Bashar al-Assad para iniciar uma mediação na Síria, onde 27 pessoas, entre elas 11 militares, morreram nesta quarta-feira, em diferentes partes do país.
“Onze militares, entre eles um oficial do Exército sírio, morreram por causa de um foguete, provavelmente lançado por desertores”, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
As forças de segurança mataram 13 civis, entre eles um bebê e duas crianças: nove na região de Homs, um dos redutos da oposição, dois em Saraqeb, na região de Idleb, um em Abu Kamal (leste) e um em Duma, perto de Damasco. Três funcionários de uma empresa têxtil morreram dentro de um veículo alvejado por disparos, em Homs.
O chanceler do Qatar, xeque Hamad bin Jassem, que lidera a delegação ministerial da Liga Árabe, declarou à TV nacional síria que “a reunião com o presidente Assad foi franca e amigável”. “Iremos nos reunir novamente em 30 de outubro. Notamos o interesse do governo sírio em agir de forma coordenada com a Comissão Árabe para alcançar uma solução” para a crise na Síria, acrescentou o xeque, que também é premier daquele rico Estado do Golfo.
Burhan Ghalioun, presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne quase todas as correntes de oposição, convocou a comunidade internacional a “proteger o povo sírio” da repressão aplicada pelo regime de Damasco, numa entrevista ao canal de TV do Qatar Al-Jazeera. “Proteger os povos que são vítimas de crimes contra a Humanidade é uma obrigação da comunidade internacional”, afirmou.
Ghalioun defendeu ainda o envio de “observadores internacionais à Síria, para interromper o uso da violência pelo regime, após oito meses de massacres organizados e sistemáticos”.
Por ocasião da visita da Comissão Árabe, houve manifestações pedindo a queda do regime, na província de Idleb (noroeste), em Hamuria (perto de Damasco), Hama (centro), Damasco e Derá (sul), segundo o OSDH e os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam os protestos.
Paralelamente, dezenas de milhares de sírios, agitando bandeiras e fotografias do presidente Assad, reuniram-se no centro de Damasco para reafirmar seu apoio ao regime.
Em uma parte do país, um movimento de greve era realizado. A oposição havia convocado, pelas redes sociais, uma greve geral para hoje, afirmando que não aceitaria “outra coisa que não a demissão” do presidente e seu julgamento pelos tribunais.