Seis dias após a demissão do diretor do FBI, James Comey, as controvérsias por trás do caso ainda incomodam democratas e republicanos. No domingo, parlamentares fizeram pedidos públicos ao presidente Donald Trump para que entregue ao Congresso supostas “fitas” de suas conversas com Comey, referentes a uma insinuação que o magnata fez no Twitter.
Na sexta-feira, depois de dizer que afastou Comey por decisão própria, Trump foi à rede social para fazer uma ameaça: “Melhor James Comey esperar que não haja ‘fitas’ das nossas conversas antes de começar a vazar para a imprensa”, escreveu. Imediatamente, internautas começaram a especular o que o presidente quis dizer com a indireta. Sean Spicer, secretário de imprensa da Casa Branca, se negou a comentar o assunto e disse que o magnata “não tem nada a acrescentar”.
Em entrevista à emissora NBC, transmitida ontem, a senadora republicana Lindsey Graham, da Carolina do Sul, disse que o governo deve “limpar o ar” sobre as especulações de um encontro gravado entre o presidente e o ex-diretor do FBI. “Se há fitas dessa conversa, elas precisam ser entregues”, declarou. Outro senador do partido, Mike Lee, de Utah, comentou ao programa Fox News Sunday que é “provavelmente inevitável” que registros em áudio sejam encaminhados ao Congresso, se de fato existirem.
Entre os democratas, a exigência corrente é a indicação de um promotor independente para investigar os contatos entre a Rússia e campanha de Trump. Para o senador democrata por Nova York, Charles E. Schumer, o presidente deve entregar as gravações imediatamente ao Congresso e aos outros ramos de investigação, como o próprio FBI. “Destruí-las seria uma violação da lei”, disse à CNN. “Se não existirem fitas, ele [Trump] deve se desculpar a Comey e ao povo americano por desinformá-los”, completou.
Segundo Schumer, é possível que a indignação entre os senadores democratas resulte em um boicote ao novo indicado de Trump à diretoria FBI, caso uma investigação independente não seja aprovada. Contudo, como os republicanos têm 52 lugares no Senado, é provável que o presidente escolha o substituto de Comey com facilidade.