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Sem apoio, agência da ONU para palestinos pode fechar até fim de fevereiro

UNRWA tem sido alvo de bloqueios de doações pelo suposto envolvimento de funcionários em ataque do Hamas

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 17h36 - Publicado em 1 fev 2024, 12h43
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  • A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) confirmou nesta quinta-feira, 31, que o corte no financiamento forçará o encerramento das operações no Oriente Médio, incluindo na Faixa de Gaza, até o final deste mês. Nos últimos dias, a instituição tem sido alvo de bloqueios de doações pelo suposto envolvimento de 12 funcionários no ataque-surpresa do grupo palestino radical Hamas contra Israel, em 7 de outubro. Nove foram demitidos, dois estão sendo investigados e um morreu. Cerca de 1.200 israelenses foram mortos na investida dos militantes. 

    “A agência continua a ser a maior organização de ajuda numa das crises humanitárias mais graves e complexas do mundo”, disse o diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, em comunicado. “Se o financiamento continuar suspenso, muito provavelmente seremos forçados a encerrar as nossas operações até ao final de Fevereiro, não só em Gaza, mas também em toda a região.”

    Em meio às acusações, uma gama expressiva de países suspendeu os investimentos à principal agência de atendimento a palestinos. Entre eles estão Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Japão e Áustria. Outras nações, como Espanha e Noruega, não interromperam o afluente de dinheiro. Por sua vez, a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE), aguarda os resultados da investigações para iniciar sua própria auditoria sobre o episódio. Juntos, EUA e Alemanha representam 46% do montante geral recebido anualmente pela UNRWA. 

    + Agência da ONU para palestinos perde financiamento em meio a investigação

    Críticas ao fim do apoio

    Outras agências da ONU e grupos de direitos humanos apelaram para que os doadores não deixem de apoiar a agência. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, endossou o coro e alertou que o corte levará a “consequências catastróficas” para a população do enclave palestino. Em Genebra, ele defendeu que “nenhuma outra entidade tem a capacidade de fornecer a escala e amplitude da assistência que 2,2 milhões de pessoas em Gaza necessitam urgentemente” e pediu para que os “anúncios sejam reconsiderados”.

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    Sem previsão de retorno do auxílio, a entidade destinará o orçamento restante à educação, à gestão de clínicas de saúde e à ajuda para comprar alimentos e roupas a 5,9 milhões de migrantes. Até o momento, mais de 27 mil palestinos foram mortos na investida israelense, composta por operações por terra e por ar, como os bombardeios incessantes que atingem o local.

    A UNRWA emprega cerca de 30 mil palestinos para atender necessidades humanitárias na Faixa de Gaza, Cisjordânia e campos de refugiados nos países árabes. A investigação contra os funcionários foi instaurada após a entrega de um dossiê de Israel às Nações Unidas. Os crimes supostamente cometidos incluem o rapto de uma mulher, a participação de massacre em um kibutz, o fornecimento de munição aos militantes e prisão de reféns.

    O escritório palestino, no entanto, está na mira de Tel Aviv há anos, a partir de acusações de que estimula o ódio em escolas e incentiva o conflito no Oriente Médio, além de manter relações com o Hamas. Na quarta-feira, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, instou o fim da UNRWA e a sua substituição, ou não, por outra agência da ONU.

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