No desfile pelo Dia da Vitória, neste sábado, em Moscou, o presidente Vladimir Putin tentou demonstrar força por meio da exibição de novas máquinas de guerra. Mas a verdade é que a ausência de líderes ocidentais expôs o isolamento do Kremlin em meio à crise na Ucrânia. Restou então ao autocrata receber figuras como Nicolás Maduro, da Venezuela, ou o ditador cubano Raúl Castro. As celebrações marcam o 70º aniversário da derrota da Alemanha nazista na II Guerra Mundial, com destaque, é claro, para a participação do Exército Vermelho.
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ma década atrás, o presidente George W. Bush sentou-se ao lado de Putin, diante da tumba de Lenin. Há 20 anos, Bill Clinton também foi a Moscou para uma visita pós-Guerra Fria, lembrou o jornal The Washington Post. Neste sábado, no entanto, o visitante mais proeminente foi o presidente Xi Jinping. Como as sanções do Ocidente sobre a Rússia continuam em vigor, a Rússia tem se afastado cada vez mais da Europa e se concentrado no desenvolvimento de relações com a China. Para não dizer que nenhum líder ocidental expressivo olhou para a Rússia, a chanceler alemã Angela Merkel não aceitou o convite para o desfile, mas planeja participar de outra cerimônia neste domingo.
Tanque de guerra – Há vários dias, Moscou e outras grandes cidades russas preparam a comemoração da “Grande Guerra Patriótica”, como a II Guerra Mundial é chamada na Rússia desde os tempos da extinta União Soviética. A parada contou com novas máquinas de guerra, incluindo um tanque altamente sofisticado, um lançador RS-24 Yars ICBM e vários veículos de guerra novos. Alguns analistas militares consideram o Armata um tanque superior aos modelos ocidentais. É o primeiro a ter uma cápsula blindada interna em torno da tripulação de três homens e uma torre controlada remotamente com um sistema de carregamento automático.
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Ao todo, cerca de 200 peças de equipamento militar e 16.500 soldados participaram do desfile, que foi encerrado com um voo de aeronaves militares em uma formação que representava o número 70. O Dia da Vitória é o feriado mais importante da Rússia.
Em seu discurso para as tropas e veteranos, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a carnificina da guerra ressaltou a importância da cooperação internacional, mas, “nas últimas décadas, temos visto tentativas de criar um mundo unipolar” – uma crítica aos Estados Unidos.
(Da redação)