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Seis em cada dez americanos acreditam no sistema eleitoral, revela levantamento

Suspeição é maior entre republicanos; levantamento também revela grande participação dos cidadãos no debate político

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 nov 2024, 08h56 - Publicado em 3 nov 2024, 19h45
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  • A dois dias das eleições americanas, que ocorrem na próxima terça-feira, 5, uma pesquisa nacional, feita pelo Centro de Democracia Sustentável da Universidade do Sul da Flórida, revela que, apesar da insatisfação com o sistema democrático, uma grande parte dos americanos tem confiança no sistema eleitoral. O levantamento revela ainda que houve um grande engajamento público durante a campanha deste ano. 

    A pesquisa teve duas fases, uma em setembro e outra em outubro, e mostra uma diferença entre democratas e republicanos. Em ambos os meses, mais de 63% dos entrevistados disse acreditar que os votos são contabilizados de maneira justa. “Esse foi um resultado muito positivo”, diz Joshua Scacco, diretor do Centro de Democracia Sustentável.

    Há, no entanto, uma disparidade entre os partidos a respeito da insuspeição do processo. Enquanto pelo menos dois em cada dez apoiadores do partido de Kamala Harris dizem acreditar que a votação nem sempre é acessível, um número semelhante de apoiadores do partido de Donald Trump (27,5% em outubro) acredita que pessoas que não são cidadãos americanos conseguem depositar seus votos e influenciar as eleições, o que é proibido nos Estados Unidos. Mais da metade dos republicanos também desconfia da justiça na contagem dos votos. 

    Isso reflete o comportamento do principal líder do partido. “Em partes, isso é resultado do que Trump fez há quatro anos e da contínua desconfiança que ele vem alimentando desde lá”, diz Scacco.

    Após a últimas eleições majoritárias, Trump desconfiou do resultado das eleições e estimulou os protestos que levaram à insurreição de 6 de janeiro. Já em 2024, o ex-presidente denunciou suposta violação eleitoral em ‘uma escala nunca vista antes’ na Pensilvânia. O candidato a vice-presidência pelo partido republicano, J. D. Vance, também apresentou postura semelhante ao dizer que Trump venceu as eleições em 2020 e que ele não teria certificado o resultado das eleições.

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    Participação política

    A pesquisa ainda revelou um dado positivo para a vida republicana no mês de outubro. Quatro em cada cinco estadunidenses se disseram interessados ou muito interessados nas campanhas políticas. Uma maioria também revelou conversar com outras pessoas sobre política (69,5%), enquanto um número menor disse falar sobre eleições nas redes sociais (32,1%), vestir itens relacionados à campanha (20,1%), fazer doações aos candidatos (18,8%), ir a comícios ou reuniões (13,7%) ou entrar em contato com eleitores (10,2%). 

    Para o cenário estadunidense, esse é um dado de grande importância. Isso acontece porque, por lá, a votação não é obrigatória. “Esse dado sugere que deva haver uma grande participação nas eleições desse ano”, disse Scacco.

    De fato, grande parte do trabalho dos candidatos reside em se esforçar para que os eleitores aptos se engajem nas eleições, seja saindo de casa no dia das eleições, seja se esforçando para votar pelos correios. “Há uma excitação palpável sobre a possibilidade de os jovens fazerem ouvir as suas vozes em 2024”, escreveu John Holbein, pesquisador da Universidade de Virginia, para o The Conversation. “Tanto o ex-presidente Donald Trump quanto Harris estão tentando aproveitar o entusiasmo dos jovens – participando de transmissões ao vivo com criadores de conteúdo jovens e populares e copiando algumas das cores e temas específicos que geralmente aparecem no conteúdo online dos jovens.”

    Resta esperar que o engajamento nas discussões e o esforço dos partidos se reflita na participação cidadã — melhor ainda se for para o bem da maioria e da democracia. Conduzida pelo Centro de Democracia Sustentável da Universidade do Sul da Flórida em parceria com a Universidade Rutgers, a Universidade de Minnesota e a Universidade de Kansas, a pesquisa foi registrada no sistema do governo americano, contou com 1 450 participantes entre 13 e 25 setembro; e com 1 037 participantes entre 16 e 29 de outubro. A margem de erro é de 3%.

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