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Joshua Scacco: Contínua disseminação de desinformação é desafio nas urnas

Diretor do Centro de Democracia Sustentável da Universidade do Sul da Flórida diz que o Brasil tem mais recursos para desqualificar candidatos que os EUA

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 fev 2024, 08h00

As eleições de novembro, nos Estados Unidos, a primeira desde os ataques ao Capitólio, em 2021, serão um teste para a democracia americana?  Há alguns desafios. Um deles, muito relevante, é a participação dos eleitores. A maior parte das pessoas não quer que os dois candidatos mais prováveis (Joe Biden e Donald Trump) concorram. O resultado é uma maior abstenção. O segundo é a contínua disseminação de desinformação, especialmente em ambientes virtuais. Há, agora, a potencial influência da inteligência artificial em manipular os fatos. Enfim, existem obstáculos que precisam ser enfrentados para uma democracia que se apresenta como deliberativa, pluralista e participativa.

A ameaça parece ser um movimento mundial. Qual é a origem dessa fragilidade nos sistemas democráticos? Uma das raízes para entender de onde vêm essas atitudes antidemocráticas é a crença de que as pessoas comuns não têm mais — ou nunca tiveram, talvez — espaço e voz para tomar decisões. Quando elas não se sentem representadas na política, torna-se mais fácil abraçar líderes que se apressam em dizer: “Eu vou cortar toda essa burocracia e vou tomar decisões unilateralmente!”.

De que forma avalia que o Brasil e os Estados Unidos estão lidando com esses desafios? O Brasil, na verdade, tomou medidas para garantir a realização das eleições futuras. Por exemplo, iniciou investigações a respeito das ações do ex-presidente (Jair Bolsonaro). Nos EUA, não temos os mesmos mecanismos diretos para desqualificar um candidato. Temos recursos indiretos, que estão sendo tentados agora pelo nosso Supremo e pelos estados americanos, mas eles provavelmente falharão porque são imperfeitos e não têm uma repercussão nacional. O Brasil tem e tomou essas medidas.

O que é necessário, neste momento da história, para que a democracia prospere? Não podemos considerar que a democracia está garantida e temos de ter cuidado com suas fragilidades. Isso requer trabalho constante, porque se baseia em nossos representantes, mas também nas nossas vozes como indivíduos e como sociedade. Uma das razões pelas quais criei o centro de pesquisa foi para estudar e entender a democracia como algo do cotidiano, em constante movimento. O que vai acontecer com ela está nas mãos de todos nós, está nas mãos do povo. É noção essencial para entender o que o futuro nos reserva.

Publicado em VEJA de 23 de fevereiro de 2024, edição nº 2881

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