Um comboio com 17 caminhões que levam ajuda aos palestinos sitiados entrou na Faixa de Gaza neste domingo, 22, segundo fontes do governo do Egito. É a segunda remessa para o território nos últimos dois dias.
Os moradores de Gaza estão sob um bloqueio israelense que cortou alimentos, água, remédios e eletricidade desde que militantes do Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro. Os mais de 2 milhões de residentes do território têm lutado contra os ataques aéreos israelitas e com recursos cada vez mais escassos desde então.
Na manhã de sábado, cerca de cem veículos com mantimentos aguardavam na passagem de Rafah, no Egito, mas apenas vinte cruzaram o corredor, que voltou a ser fechado. De acordo com a embaixada norte-americana, a passagem de estrangeiros de Gaza para o Egito deve ser autorizada.
Cerco a Gaza
O governo de Israel bloqueou o fornecimento de água, alimentos, eletricidade e combustível a Gaza dois dias depois do início da guerra. No último domingo, contudo, decidiu liberar o fornecimento de água. Nesta semana, Biden se reuniu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em Tel Aviv e costurou a autorização para o envio de ajuda à região.
Em comunicado, o gabinete do premiê israelense disse que, desde que os fornecimentos não cheguem ao Hamas, “não impedirá” a entrada de alimentos, água e medicamentos. A mensagem não cita, no entanto, combustível, utilizado para abastecer os geradores de hospitais no local. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelou para que o suprimento também entre em Gaza.
“O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, afirmou em coletiva de imprensa.
Esta é a primeira vez que os habitantes da Faixa recebem auxílio internacional desde o início do conflito Israel-Hamas, em 7 de outubro. Na última segunda, a OMS informou que Gaza tinha apenas 24 horas restantes de provisão de água potável para a população, escalando o problema humanitário na região.
Biden enfatizou que a abertura seria restrita à ajuda humanitária, barrando evacuações de civis. Até o anúncio de Biden, o presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, se mostrou relutante com a possibilidade do aumento do fluxo de refugiados palestinos em direção ao país no momento em que a passagem fosse autorizada. Ele, contudo, foi pressionado por diferentes governos, como o do Brasil, para a abertura de um corredor humanitário.