O governo da Eslováquia aprovou nesta sexta-feira, 17, o envio de 13 caças MiG-29 da era soviética à Ucrânia. O país é o segundo membro da Otan, aliança militar ocidental, a atender os pedidos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por jatos militares para combater a invasão russa ao seu país. Na véspera, a Polônia tornou-se o primeiro do grupo a doar aeronaves de combate à Ucrânia.
Durante uma coletiva de imprensa, o primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, comunicou o desejo do país em estar “do lado certo da história”. Heger já havia utilizado suas redes sociais para apoiar o envio de armamentos para garantir a soberania ucraniana, assim como para defender a Europa da Rússia.
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Anteriormente, os dois membros da Otan disseram que só doariam jatos militares a Kiev caso uma frente ampla internacional decidisse pelo mesmo. Segundo o premiê eslovaco, a decisão do seu governo, bem como da Polônia, será acompanhada por outros aliados da Ucrânia.
Além disso, o ministro da Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad, informou que o seu país será ressarcido pelo envio da preciosa ajuda bélica. A União Europeia prometeu direcionar 200 milhões de euros (cerca de R$ 1,12 bilhão) para o governo, enquanto os Estados Unidos anunciaram o envio de armas não especificadas, no valor de 700 milhões de euros (R$ 3,7 bilhões).
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A Força Aérea eslovaca havia interrompido o uso de caças MiG-29 por escassez de peças reservas e falta de experiência dos pilotos locais. Segundo o governo do país, muitos técnicos russos familiarizados com o equipamento voltaram para Moscou após a invasão da Ucrânia, em fevereiro do ano passado. Desde então, o governo local assinou um acordo de compra de 14 caças F-16 Block 70/72 dos Estados Unidos, com prazo de entrega marcado para 2024.
Em fevereiro deste ano, Zelensky fez um apelo ao Ocidente para o envio dos jatos, chamando as aeronaves de “asas para a liberdade”, durante visita ao Parlamento do Reino Unido. As autoridades britânicas não atenderam ao pedido, mas se comprometeram a treinar pilotos ucranianos para o uso de aeronaves padrão Otan.
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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, condenou o apoio militar a Kiev e afirmou que decisões como as da Polônia e Eslováquia aumentam o grau de envolvimento da Otan no conflito. Segundo ele, a doação das aeronaves “pelos Estados Unidos e seus aliados” apenas prolongaria a guerra e agravaria a situação na Ucrânia.
“As entregas de equipamentos naturalmente não terão nenhum impacto no resultado da operação militar especial, mas podem trazer mais infortúnios para a Ucrânia e para o povo ucraniano”, disse o porta-voz após o comunicado eslovaco.