A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, demitiu o seu secretário de Defesa, Gavin Williamson, nesta quarta-feira, 1º, por vazar uma decisão confidencial tomada pelo Conselho Nacional de Segurança sobre o gigante de telecomunicações chinês Huawei.
A atual ministra de Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, já foi anunciada para substituir Williamson no cargo.
“A primeira-ministra pediu esta noite a Gavin Williamson que deixe o governo, tendo perdido a confiança em sua capacidade de servir como secretário de Defesa e como membro de seu gabinete”, afirmou o governo em comunicado.
As investigações sobre a divulgação das informações sigilosas começaram depois que o jornal Daily Telegraph revelou, na semana passada, que o Reino Unido estava se preparando para conceder uma licença à empresa chinesa para operar parte da rede de internet móvel 5G do país.
O gabinete da primeira-ministra responsabilizou o agora ex-secretário de ser o responsável por divulgar as informações para o jornal.
A história vazada é controversa porque alguns países ocidentais, principalmente os Estados Unidos, acusam a China de usar os produtos da Huawei para espionagem. Washington vem pressionando seus aliados para que deixem de usar os serviços da companhia.
Na segunda-feira 29, o governo americano afirmou que vai reavaliar o compartilhamento de informações com os aliados que usam equipamentos fabricados pela Huawei.
“É a posição dos Estados Unidos que colocar a Huawei ou qualquer outro fornecedor indigno de confiança em qualquer parte da rede de telecomunicações 5G é um risco”, disse Robert Strayer, vice-secretário adjunto de Política de Comunicações Internacionais e Informações do Departamento de Estado.
“Se outros países permitirem que fornecedores não confiáveis construam e se tornem fornecedores de suas redes 5G, teremos que reavaliar a capacidade de compartilharmos informações e nos conectarmos com eles da maneira como estamos hoje”, completou.
Williamson, que era secretário de Defesa desde 2017, negou ter vazado informação sobre o tema. Em resposta à decisão de May, ele afirmou que uma “investigação completa e formal” teria provado que ele era inocente.
O ex-secretário afirmou que a primeira-ministra havia pedido que ele renunciasse ao cargo, mas ele se recusou. “Eu agradeço por você ter me oferecido a opção de me demitir, mas renunciar teria sido aceitar que eu, meus funcionários públicos, meus assessores militares e minha equipe fomos responsáveis: não foi esse o caso”, disse ele.