Saúde de Hillary Clinton entra no foco da campanha presidencial
Candidata democrata à Casa Branca passou mal no evento em homenagem às vítimas do 11 de setembro, neste domingo, em Nova York
O episódio em que Hillary Clinton passou mal ao participar de uma cerimônia de homenagem às vítimas do atentado de 11 de setembro, na manhã deste domingo, em Nova York, fez ressurgir questionamentos sobre o estado de saúde da candidata democrata à Casa Branca.
A ex-secretária de Estado e seu adversário, o republicano Donald Trump, principais candidatos desta eleição, estão entre os de idade mais avançada na história da corrida presidencial dos Estados Unidos, e pouco revelaram sobre seu histórico médico.
Hillary afirmou que se sentiu “superaquecida” durante a ocasião e deixou a cerimônia após cerca de 90 minutos. Vídeos gravados por pessoas que estavam no local mostram ela chegou a cambalear antes de entrar no carro e foi ajudada por três membros de seu estafe.
Embora a ex-secretária de Estado tenha afirmado que estava “se sentindo ótima” horas mais tarde, o caso recolocou a questão sobre sua saúde a oito semanas das eleições.
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Donald Trump, o candidato republicano, tem procurado lançar dúvida sobre a condição e aptidão física de Hillary. No mês passado, ele afirmou aos eleitores em um comício que a democrata “não tinha a energia física e mental” necessária para assumir o cargo e lutar contra os militantes do Estado Islâmico. Ele também estava no Marco Zero do 11 de setembro neste domingo.
A campanha de Hillary tem procurado enquadrar a estratégia republicana como “desequilibrada” e uma evidência de que Trump vive em “uma realidade alternativa”.
Apesar do foco sobre a quase queda de Hilary neste domingo, Arthur Caplan, um especialista em bioética da Centro Médico de Langone, da Universidade de Nova York, afirmou que o episódio diz pouco sobre o estado de saúde da democrata.
“Existem muitas pessoas que podem escorregar ou se sentir mal em um dia quente e úmido, e por razões variadas”, disse. “Sem exame, sem histórico… não temos base para afirmar nada”, completou.
Em 2008, o então candidato republicano John McCain revelou ao público milhares de páginas de seu histórico de saúde para mostra que ele nunca teve câncer e poderia assumir o cargo mesmo com 71 anos. Nem Clinton nem Trump fizeram o mesmo.
Em julho de 2015, a doutora Lisa Bardack, que tem cuidado da saúde de Hillary desde 2001, afirmou em uma carta que ela “tem condição física excelente e está apta a assumir a presidência dos EUA”.
Já o gastroenterologista de Trump, Harold Bornstein, afirmou em um comunicado de quatro parágrafos que Trump poderia ser “o indivíduo mais saudável a já ser eleito para a presidência”.
(com Estadão Conteúdo)