Novo protesto dos ‘coletes amarelos’ tem saques e confrontos em Paris
Manifestação contra governo da França terminou com 82 detidos e 11 feridos
Depois de semanas de declínio, o movimento dos “coletes amarelos” tentou ganhar um novo impulso neste sábado, 16, com uma grande manifestação em Paris. O protesto acabou marcado por confrontos com a polícia, lojas saqueadas e barricadas com fogo na avenida Champs-Élysées. Segundo as autoridades, o ato terminou com 82 detidos e 11 feridos.
Os primeiros episódios de violência foram registrados pouco antes do meio-dia na avenida, onde milhares de manifestantes de reuniram. Alguns grupos montaram barricadas ou invadiram lojas. O restaurante Fouquet’s, frequentado por políticos e celebridades, foi alvo de grande destruição, com vidros quebrados, mesas derrubadas e pichações na fachada. Também houve um incêndio em um banco localizado no térreo de um prédio de apartamentos. Bombeiros removeram os moradores e apagaram o fogo. Onze pessoas ficaram levemente feridas, entre elas dois policiais.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, denunciou no Twitter que os autores destes atos “não são manifestantes ou agitadores, são assassinos”, e pediu à polícia que respondesse “com a maior firmeza a estes ataques, inadmissíveis”. De acordo com o ministro, o protesto reuniu cerca de 8 mil manifestantes reunidos e 1,5 mil deles eram “extremamente violentos”.
Os protestos aconteciam enquanto o presidente Emmanuel Macron chegava aos Pirineus com a mulher, Brigitte, para esquiar. “Vou passar dois ou três dias aqui, para recobrar as forças e me reencontrar com a paisagem e amigos”, disse Macron ao jornal regional “La Depeche du Midi”.
Pressão sobre Macron
Há semanas não se viam em Paris cenas de saques e confrontos, que lembram as registradas na Champs-Élysées no fim do ano passado, cujas imagens deram a volta ao mundo. Perto do Arco do Triunfo, outros manifestantes, muitos deles vestidos de preto e com o rosto coberto, atiraram pedras contra os policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e jatos d’água.
“Muitos fatores nos levam a pensar que a mobilização de hoje pode ter sido maior que as dos sábados anteriores”, sobretudo devido à presença de grupos violentos, disse uma fonte policial.
Apresentado como um “ultimato” a Macron, o 18º dia de manifestações dos “coletes amarelos” contra as políticas fiscal e social do governo francês acontece após uma série de debates na França com os quais o governo esperava canalizar a irritação dos manifestantes e fazer surgirem propostas concretas.
(Com AFP)