Russo que pregou os testículos na Praça Vermelha é liberado
Justiça russa libertou o pintor e ativista Pyotr Pavlensky sem acusações
O pintor e ativista russo Pyotr Pavlensky, que pregou seus testículos com um martelo nos paralelepípedos da Praça Vermelha de Moscou em uma ação de protesto contra o Kremlin, foi liberado nesta segunda-feira sem acusações. O tribunal Tverskoy da capital russa se negou a estudar a denúncia apresentada pela polícia por “falta de indícios” de um delito, segundo Yekaterina Korotova, porta-voz da corte.
Yekaterina explicou que o expediente aberto pela polícia se baseia num artigo do Código Penal russo, que descreve o delito de “leve vandalismo” como uma violação da ordem pública “com agressão e blasfêmia”, indícios que não figuram na denúncia. Pavlensky, por sua vez, se mostrou surpreso por sua libertação e a recusa do tribunal de abordar seu caso. “Eu não entendi o que acabou de acontecer no tribunal. Foi muito inesperado”, disse o pintor à emissora de rádio russa RSN.
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O ativista foi hospitalizado e depois detido após pregar seus testículos em frente ao mausoléu de Lênin na Praça Vermelha de Moscou, em uma ação de protesto que o polêmico artista denominou ‘Fixação’ e que coincidiu com a celebração na Rússia do dia da polícia. Completamente nu e com suas partes íntimas cravadas nos paralelepípedos, Pavlensky ficou imóvel durante mais de uma hora, em uma ação que qualificou de “metáfora da apatia, indiferença política e fatalismo da sociedade atual russa”.
Não é a primeira vez que o artista de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, usa o próprio corpo para expressar seu protesto contra o governo do presidente russo, Vladimir Putin. Em 3 de maio, Pavlensky ficou totalmente nu para se enrolar em um arame farpado em frente ao edifício da assembleia legislativa de São Petersburgo, em uma ação que chamou ‘Corpo’ e que simbolizava “a existência humana em um ambiente de repressão legal, quando o mais mínimo movimento provoca uma duríssima reação do sistema legislativo, que se crava no corpo do indivíduo”.
Em junho, Pavlensky costurou a própria boca em uma ação de apoio ao grupo punk Pussy Riot. Duas de seus integrantes estão presas por cantar contra Putin em um templo da Igreja Ortodoxa Russa.
(Com agência EFE)