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Rússia tem ‘vantagem’ nos combates em Donbas, dizem autoridades ucranianas

Depois de não conseguir tomar Kiev e Kharkiv, Moscou agora mira controle total de região que abriga províncias separatistas de Luhansk e Donetsk

Por Da Redação Atualizado em 26 Maio 2022, 14h28 - Publicado em 26 Maio 2022, 14h26

O governador de Luhansk, Serhiy Haidai, admitiu que a Rússia tem a “vantagem” nos combates no leste da Ucrânia, já que as forças do país recuaram de algumas de suas posições na região do Donbas, que abriga regiões separatistas pró-Moscou. Se confirmados, os avanços contínuos da Rússia levariam ao controle total do território estratégico, um dos principais objetivos do Kremlin na guerra.

“Está claro que nossos meninos estão recuando lentamente para posições mais fortificadas”, disse Haidai. Segundo o governador, apenas 5% da região permanecem sob mãos ucranianas, uma queda significativa em relação à situação de semanas anteriores, quando a Ucrânia tinha cerca de 10% do controle da área. 

Insinuando novas retiradas, a autoridade local disse que é possível que as tropas ucranianas deixem “um assentamento, talvez dois” e concluiu que é preciso “vencer a guerra, não a batalha”. Haidai já havia alertado sobre a “quantidade colossal de bombardeios” que estariam ocorrendo na cidade Sievierodonetsk, agora o ponto focal da ofensiva de Moscou em Donbas.

Os ataques russos estariam impedindo a retirada de cerca de 15 mil civis do local.  O político ucraniano informou que a polícia em Lysychansk, cidade da província de Luhansk, estava enterrando os corpos de 150 civis em valas comuns.

O Estado-Maior da Ucrânia confirmou que as forças russas estavam avançando em Sievierodonetsk, além de Bakhmut e Avdiivka, todas no interior da região de Donbas. Separadamente, um oficial militar ucraniano do alto escalão reconheceu em um briefing na quinta-feira que a Rússia estava em vantagem nos combates em Luhansk.

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“A Rússia tem a vantagem, mas estamos fazendo tudo o que podemos”, disse o general Oleksiy Gromov.

Depois de não conseguir tomar a capital da Ucrânia, Kiev, e outra importante cidade, Kharkiv, em sua guerra de três meses, a Rússia está tentando assumir o controle total de Donbas, onde estão todas as províncias de Luhansk e Donetsk. O território é o antigo centro industrial da Ucrânia que vai de Mariupol, no sul, até a fronteira norte. Predominantemente de língua russa, quase um terço da área foi tomada por forças separatistas pró-Rússia em 2014.

Admitindo o grande desgaste das forças ucranianos no leste, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que cerca 100 soldados morrem todos os dias na região e repreendeu o Ocidente por não fazer o suficiente para ajudar Kiev a vencer a guerra. O líder ucraniano também criticou sugestões recentes de que um acordo de paz poderia incluir concessões territoriais da Ucrânia à Rússia e pressionou a comunidade internacional pelo envio de mais armamento.

+ Ucrânia descarta ceder territórios em troca de cessar-fogo

Paralelamente, líderes das autoproclamadas repúblicas populares de Luhansk e Donetsk afirmam que cerca de 8 mil prisioneiros de guerra ucranianos estão detidos no território controlado por separatistas pró-Rússia.

“Há muitos prisioneiros e literalmente centenas estão sendo adicionadas todos os dias”, afirmou o oficial russo local, Rodion Miroshnik, à agência de notícias russa Tass.

Na segunda-feira, 23, outro líder pró-Kremlin da região de Donetsk que disse que cerca de 2,5 mil militares da Ucrânia retirados da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, deverão enfrentar julgamento como prisioneiros de guerra, segundo agência de notícias russa Interfax.

Paralelamente, dois soldados russos capturados pelas forças ucranianas compareceram a um julgamento por crimes de guerra nesta quinta-feira, 26. Eles são acusados de bombardear uma cidade no leste da Ucrânia. O veredicto está previsto para 31 de maio. Se condenados, os réus podem ficar presos por 12 anos por violarem as leis da guerra. Na segunda-feira, um tribunal ucraniano condenou outro soldado russo à prisão perpétua por matar um civil desarmado.

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