Rússia diz ter capturado diversos mercenários estrangeiros na Ucrânia
Presença de estrangeiros foi detectada tanto no campo de batalha quanto em áreas de treinamento, segundo Vladimir Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira, 15, que a Rússia detectou a presença de mercenários estrangeiros lutando na Ucrânia e que diversos deles foram capturados ao longo dos últimos dias.
“Estamos detectando mercenários e instrutores estrangeiros tanto no campo de batalha quanto nas unidades onde o treinamento é realizado. Na minha opinião, ontem e anteontem alguém foi feito prisioneiro mais uma vez”, disse Putin em entrevista coletiva após uma reunião com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, em Sochi.
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Putin acrescentou então que a Rússia, ao contrário da Ucrânia, não teria necessidade de convocar pessoas de fora para lutar na guerra, uma vez que registrou quase 300.000 pessoas como voluntárias ao Exército recentemente.
“Esta manhã recebi o relatório: 300 mil contratos foram assinados por pessoas que, quero enfatizar, estão dispostas a sacrificar as suas vidas no interesse da sua pátria, protegendo os interesses da Rússia”, disse ele.
Parte destes voluntários, no entanto, pode ter vindo de estrangeiros. No início do mês, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba denunciou uma rede de tráfico de pessoas que coagiu seus cidadãos a lutarem pela Rússia na guerra na Ucrânia.
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Em meio às baixas sofridas na guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado com a invasão russa ao país vizinho, Moscou anunciou um plano para aumentar o tamanho de suas Forças Armadas em mais de 30%, chegando a 1,5 milhão de militares prontos para combate.
Sob o plano, muitos cidadãos estrangeiros residentes na Rússia aceitaram lutar na guerra em troca de cidadania russa. Em maio, um jornal russo da cidade de Ryazan relatou que era o caso de diversos cubanos que foram enviados à Ucrânia pra combates.
No entanto, o governo de Cuba afirma que já está processando casos nos quais cidadãos foram coagidos a lutar na guerra e, segundo o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, será usada “a força da lei”.
#Cuba enfrenta operaciones de trata de personas con fines de reclutamiento militar. Se actúa con la fuerza de la ley contra esas pretensiones.
📄Declaración de @CubaMINREX: https://t.co/D0EQIOJ912 pic.twitter.com/aNiw3Co8mq
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) September 5, 2023
“Tentativas desta natureza foram neutralizadas e foram iniciados processos criminais contra pessoas envolvidas nestas atividades”, diz o documento publicado na segunda-feira.
Embora seja aliado da Rússia, o governo cubano ressalta que não quer se envolver na guerra na Ucrânia, à medida que já sofre com sanções ocidentais. Em julho, Havana foi criticada por supostamente receber ordens da Rússia, depois de o país se ter oposto veementemente a certas palavras que condenavam a Rússia numa declaração conjunta UE-América Latina sobre a agressão de Moscou à Ucrânia.