Rússia cancela parte de dívida cubana da era soviética
O premiê russo Dimitri Medvedev firmou acordos com o governo cubano que cancelam parte dos 30 bilhões de dólares devidos pelo regime comunista
O premiê russo Dimitri Medvedev firmou nesta sexta-feira acordos com o governo de Cuba para o cancelamento de parte de uma dívida bilionária do governo da ilha comunista com a Rússia, contraída ainda na época da União Soviética, e o arrendamento de oito jatos, avaliados em 650 milhões de dólares, ao país caribenho sob o comando da ditadura dos irmãos Castro.
O ministro russo da Indústria e Comércio, Denis Manturov, que participa da viagem da delegação russa à Cuba, afirmou que além do perdão parcial da dívida de 30 bilhões de dólares, o governo russo oferecerá ainda um plano de refinanciamento de 10 anos para o valor restante. “Houve uma dívida acumulada relacionada a empréstimos alocados pela União Soviética, e agora preparamos um acordo que deve ser submetido a todos os procedimentos necessários”, disse.
Manturov afirmou, ainda, que Moscou oferecerá garantias soberanas a um conjunto de bancos russos que financiam o acordo. De acordo com o ministro, a decisão final sobre a negociação da dívida cubana com a Rússia deve ser assinada até o final do ano.
Nesta semana Medvedev esteve em Brasília, onde se reuniu com a presidente Dilma Rousseff. Os governos do Brasil e da Rússia assinaram uma “declaração de intenções” para a negociação da compra, por parte do Ministério da Defesa brasileiro, de cinco baterias antiaéreas da Rússia.
Aviões – Além da negociação da dívida, a Rússia também arrendará três aviões Ilyushin-96-400, com grande autonomia de voo, três jatos regionais AN-158, e dois TU-204SM, para viagens de média distância, conforme acordos selados na presença de Medvedev e do presidente cubano, Raúl Castro.
Havana e Moscou tiveram estreitas relações durante a Guerra Fria, e o regime cubano nunca se recuperou totalmente da perda da ajuda financeira decorrente do desmoronamento da União Soviética.
Em 2012, os dois países tiveram um intercâmbio comercial de cerca de 200 milhões de dólares. Companhias petrolíferas da Rússia – país que é o maior exportador mundial de energia – estão atualmente prospectando petróleo na costa cubana.
(Com agência Reuters)