Rússia aumenta produção de armas após pacote dos EUA à Ucrânia
Ampliação tem como objetivo impulsionar o avanço russo no conflito e tomada de territórios, segundo ministro da Defesa
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, ordenou nesta quarta-feira, 1, o aumento na produção de armas a serem enviadas para o campo de batalha na Ucrânia. O anúncio ocorre uma semana após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionar um pacote que prevê US$ 61 bilhões (cerca de R$ 337 bilhões) em ajuda ao governo da Ucrânia, invadida pela Rússia há mais de dois anos.
Em reunião com o alto escalão militar do país, Shoigu explicou que a ampliação dos armamentos tem como objetivo impulsionar o avanço russo no conflito.
“Para manter o ritmo exigido da ofensiva. É necessário aumentar o volume e a qualidade das armas e equipamentos militares fornecidos às tropas, principalmente armas”, disse o ministro em trechos divulgados pelo Ministério da Defesa.
O ministro inspecionou drones e ofereceu sugestões para melhorias na produtividade. Ele também instou empresas a reduzirem o tempo de fabricação, bem como unidades de reparo na Ucrânia a aprimorarem a eficiência.
No momento, a Rússia controla 18% do território ucraniano. Em 2022, o presidente Vladimir Putin anexou quatro regiões do país vizinho: Donetsk, Luhansk e Kherson e Zaporizhzhia. Segundo o chefe do Comando Europeu dos EUA, Christopher Cavoli, o Exército russo está 15% maior do que antes do início da guerra.
O apoio renovado americano à Ucrânia não parece preocupar o governo de Vladimir Putin, no entanto. Na semana passada, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que “as Forças Armadas russas estão melhorando as suas posições nas linhas de frente” e que “o dinheiro atribuído e as armas que serão fornecidas não mudarão esta dinâmica”. A positividade, no entanto, parece não contaminar outras autoridades russas, que sob condição de anonimato disseram à agência de notícias Reuters de que o auxílio americano pode agravar o confronto.
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Pacote dos EUA
O pacote de ajuda externa, aprovado em 23 de abril pelo Congresso americano, também atribui 17 bilhões de dólares a Israel, bem como 9 bilhões de dólares em ajuda humanitária para zonas de conflito em todo o mundo, incluindo a Faixa de Gaza. Outros 8 bilhões de dólares foram destinados a aliados na Ásia, incluindo Taiwan, para “combater a China comunista”.
Reagindo à notícia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, destacou que o apoio “reforça o papel dos Estados Unidos como farol da democracia e líder do mundo livre”. A Ucrânia tem intensificado seus apelos por mais ajuda e financiamento de seus aliados no Ocidente, enquanto a Rússia avança no campo de batalha e sobrecarrega as defesas ucranianas com ataques à infraestrutura energética do país. Na terça-feira, a segunda maior cidade do país, Kharkiv, enfrentou o mais recente de uma série de recentes ataques de drones e mísseis.