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Rússia anuncia retirada de parte das tropas em torno da Ucrânia

Anúncio, no entanto, não especifica quantos soldados voltarão às bases permanentes

Por Caio Saad Atualizado em 15 fev 2022, 08h31 - Publicado em 15 fev 2022, 08h01

O governo da Rússia anunciou em comunicado nesta terça-feira, 15, que decidiu retirar algumas tropas militares da fronteira com a Ucrânia. De acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, diversas unidades já “completaram suas missões” de realizar treinamentos planejados na região.

O anúncio, no entanto, não especifica quantos soldados voltarão às bases permanentes, apenas que “unidade dos distritos militares do sul e oeste que completaram suas missões já começaram a embarcar” para as guarnições.

Apesar da retirada parcial, “as Forças Armadas russas continuam uma série de exercícios em larga escala para treinamento operacional de tropas. Praticamente todos os distritos militares, frotas e tropas aerotransportadas estão participando”, ressaltou Konashenkov. 

Ao mesmo tempo da diminuição de presença militar, cresce o plano russo de reconhecer áreas separatistas da Ucrânia como governo, o que complicaria Kiev. Na segunda-feira, o Parlamento começou a discutir o reconhecimento das duas autoproclamadas repúblicas separatistas pró-Rússia no leste ucraniano, que deram início a uma guerra civil em 2014 depois de moscou anexar a península da Crimeia.

De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, há, atualmente, mais de 127.000 soldados russos posicionados perto de seus limites. A Rússia cercou o norte do país vizinho, onde a fronteira é mais desguarnecida, posicionando seu Exército como uma ferradura, cercando a região por três lados, incluindo em territórios de Belarus, de quem é aliada.

O anúncio desta segunda-feira acontece um dia antes da data citada por autoridades do Ocidente como a de uma possível invasão à Ucrânia, o que fez com que representantes do governo de Moscou criticassem a “histeria”.

À imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os Estados Unidos de intensificar a crise ao repetir sobre uma invasão iminente, ao ponto em que o presidente Vladimir Putin teria começado a fazer piadas sobre o assunto.

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“Ele nos pediu para descobrir o momento exato, incluindo a hora, do início da guerra que foi publicada. É impossível entender esta loucura maníaca por informação”, disse Peskov. “Sempre falamos que as tropas voltariam para suas bases ao fim dos exercícios. Este é o caso dessa vez”.

Para Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, “15 de fevereiro de 2022 entrará para a história como o dia em que a propaganda de guerra do Ocidente fracassou. Eles foram desonrados e destruídos sem que um único tiro fosse disparado”. 

Na segunda-feira, em duas reuniões de Putin que tiveram trechos televisionados, autoridades russas já havia indicado um recuo na presença militar na fronteira com a Ucrânia. Em um dos trechos, foi anunciado o fim das atividades militares de Moscou com Belarus, iniciadas na última quinta-feira com a transferência de cerca de 30.000 soldados, dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar e diversos caças para os arredores de Minsk.

Os treinamentos foram vistos pelos Estados Unidos e pela Otan, principal aliança militar ocidental, como pretexto para Moscou aumentar ainda mais o número de tropas ao longo da divisa com território ucraniano. A capital ucraniana, Kiev, fica a cerca de 200 quilômetros da fronteira com Belarus.

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Em uma das reuniões, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, indicou que Moscou deveria manter mais diálogos com os Estados Unidos e seus aliados, mesmo que eles se recusem a atender as exigências de Putin.

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Ainda no encontro, Putin perguntou a Lavrov se havia uma chance de chegar a um acordo para resolver as preocupações de segurança da Rússia, ou se estava apenas sendo arrastado para negociações tortuosas.

“Já alertamos mais de uma vez que não permitiremos negociações intermináveis ​​sobre questões que exigem uma solução hoje”, respondeu Lavrov. “Mas devo dizer que sempre há chances. Me parece que nossas possibilidades estão longe de estarem esgotadas… Nesta fase, sugiro continuar e intensificá-las”.

Em seguida, Putin responde : “Certo”.

O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma confirmação terá consequências graves. Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

A Aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

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