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Em conversas com ministros, Putin dá sinais de recuo em invasão à Ucrânia

Moscou anunciou fim de exercícios militares em Belarus e avanço de diálogos diplomáticos, apesar de diferenças significativas com potências ocidentais

Por Duda Gomes 14 fev 2022, 15h50

Trechos de reuniões do presidente russo, Vladimir Putin, exibidos pela mídia russa nesta segunda-feira, 14, pareciam indicar um recuo no cerco da Rússia à Ucrânia, que vem levantando preocupações no Ocidente de uma invasão iminente ao país vizinho.

Em uma das conversas, Putin e o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, informaram que encerarão parte das atividades militares da Rússia com Belarus, iniciadas na última quinta-feira com a transferência de cerca de 30.000 soldados, dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar e diversos caças para os arredores de Minsk.

Os treinamentos estão sendo vistos pelos Estados Unidos e pela Otan como pretexto para Moscou aumentar ainda mais o número de tropas ao longo da divisa com território ucraniano. A capital ucraniana, Kiev, fica a cerca de 200 quilômetros da fronteira com Belarus.

Nesta segunda-feira, no entanto, Putin e Shoigu tentaram sugerir o contrário.

“Os exercícios militares aconteceram, parte deles está terminando. Outros vão continuar dada a magnitude desses exercícios que foram planejados e que começaram no início de dezembro”,  disse Shoigu, sem detalhar quantas tropas serão removidas dos entornos da Ucrânia.

De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, há, atualmente, mais de 127.000 soldados russos posicionados perto de seus limites. A Rússia cercou o norte do país vizinho, onde a fronteira é mais desguarnecida, posicionando seu Exército como uma ferradura, cercando a região por três lados, em territórios de Belarus, de quem é aliada.

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Em outra reunião, que também teve trechos televisionados, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, indicou que Moscou deveria manter mais diálogos com os Estados Unidos e seus aliados, mesmo que eles se recusem a atender as exigências de Putin.

Ele também disse que os Estados Unidos apresentaram propostas concretas para reduzir os riscos militares, mas disse que as respostas da União Europeia e da aliança militar da Otan não foram satisfatórias.

Ainda na reunião, Putin perguntou a Lavrov se havia uma chance de chegar a um acordo para resolver as preocupações de segurança da Rússia, ou se estava apenas sendo arrastado para negociações tortuosas.

“Já alertamos mais de uma vez que não permitiremos negociações intermináveis ​​sobre questões que exigem uma solução hoje”, respondeu Lavrov. “Mas devo dizer que sempre há chances. Me parece que nossas possibilidades estão longe de estarem esgotadas… Nesta fase, sugiro continuar e intensificá-las”.

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Em seguida, Putin responde : “Certo”.

O ministro também afirmou que recebeu respostas “insatisfatórias” a uma carta que enviou a dezenas de membros da União Europeia e da Otan sobre a questão da “segurança indivisível”, que seria uma referência à reclamação da Rússia de que a Ucrânia e os outros países estão fortalecendo sua segurança às custas da Rússia e que isto é uma violação dos acordos internacionais.

“Recebi respostas insatisfatórias, nenhum dos meus colegas ministros respondeu à minha mensagem direta. Portanto, continuaremos buscando uma reação concreta de cada país”, afirmou.

O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que uma confirmação terá consequências graves. Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

A Aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

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