Paris, 3 mai (EFE).- A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informou que na noite de quarta-feira recebeu ‘de forma direta’ a confirmação de que o jornalista francês Roméo Langlois foi sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e exigiu da guerrilha colombiana que o liberte.
‘A mensagem de reivindicação enviada oralmente a vários meios de comunicação por um combatente da Frente 15 da guerrilha foi validada pelo Exército’, indicou à organização um representante da ‘France 24’, a rede de televisão com a qual o repórter colaborava.
Essa mesma fonte, segundo disse a RSF em comunicado, confirmou que Langlois foi ferido por uma bala no antebraço esquerdo durante o enfrentamento entre o Exército colombiano e as Farc.
Langlois, de 35 anos de idade e que desapareceu no dia 28 de abril, mora na Colômbia desde 2002 e colabora como repórter independente com veículos da imprensa francesa (‘France 24’, ‘Le Figaro’, ‘Marie Claire’, ‘VSD’), suíça (‘L’hebdo’ e ’24 heures’) e canadense (‘Radio Canada’).
Desde que foi confirmado que as Farc têm o jornalista em seu poder, segundo a RSF, foram suspensas as operações militares para buscá-lo, com a esperança de que seus sequestradores o libertem rapidamente.
‘No dia 26 de fevereiro, as Farc declararam de forma oficial que já não tomariam civis como reféns. A guerrilha deverá então cumprir com sua palavra libertando imediatamente Langlois. Esta exigência também responde à necessidade de que o jornalista receba o atendimento médico que precisa’, declarou a RSF.
A organização insistiu que o fato de que o jornalista se encontrava com militares para realizar uma reportagem sobre as operações contra o narcotráfico em Caquetá não questiona sua independência, e além de reconhecer sua coragem, dedicou a ele a celebração do dia mundial da liberdade de imprensa.
Nesta quinta-feira, o Ministério de Relações Exteriores da França se negou a comentar as últimas informações do Exército colombiano sobre a situação do repórter, segundo as quais o general Javier Rey disse que se acredita que Langlois esteja nas mãos das Farc, mas não há a certeza. EFE